Quarta, 30 de outubro de 2024
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta 3ª feira (29.out.2024) que apoiará o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) para sucedê-lo em 2025. O anúncio foi feito na residência oficial da presidência da Casa ao lado de Motta e de líderes partidários.
“No caso, e como todos sabem, Elmar Nascimento e Antonio Brito, mais do que colegas de Parlamento, são verdadeiros amigos de vida. Com eles, tal como com todos os parlamentares, mantive um diálogo aberto, franco e, sobretudo, leal, e a todos fiz apenas um único pedido: viabilizem-se junto às deputadas e aos deputados, pois sem convergência, não há governabilidade. E sem governabilidade, sofre o país. Sofre a população. E depois de muito conversar e sobretudo de ouvir, estou convicto de que o candidato com maiores condições políticas de construir convergências no Parlamento é o deputado Hugo Motta, nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez”, declarou Lira.
“Estou certo de que Hugo Motta, deputado experiente, em seu 4º mandato, e que viveu e vive de perto os desafios que perpassam a nossa gestão, vai saber manter a marcha da Câmara dos Deputados, seguindo esta mesma receita que tantos bons frutos deu ao Brasil: respeito ao plenário, cumprimento da palavra empenhada e busca incessante por convergência”, afirmou. Estavam presentes deputados do PP, Republicanos, Podemos, MDB, PT, PL.
Foi a 1ª vez que Lira endossou publicamente o nome de Motta. Há mais de 1 mês, em 11 de setembro, o líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG), disse que o deputado alagoano afirmou aos líderes partidários que apoiará o favorito na disputa em um almoço reservado.
As eleições para a presidência da Câmara estão previstas para fevereiro de 2025.
Também nesta 3ª feira (29.out), às 11h30, o Republicanos oficializará Motta na disputa. O presidente da sigla, Marcos Pereira (SP), participará. Será na sede do partido, em Brasília.
ANISTIA AOS PRESOS DO 8 DE JANEIRO
O deputado alagoano declarou que a discussão do PL 2.858 de 2022 não pode “se converter em disputa politica”.
Na noite de 2ª feira (28.out), Lira criou uma comissão especial para analisar o texto. Com isso, a proposta sai da CCJ. O tema estava sendo negociado como moeda de troca pela bancada do PL –partido com 92 deputados.
“Há de ser plena a liberdade do parlamento de formular, discutir, debater, pensar as temáticas mais relevantes e sensíveis de nossa gente. Assim também deve ser com a chamada Lei da Anistia. O tema deve ser devidamente debatido pela Casa. Mas não pode jamais, pela sua complexidade, se converter em indevido elemento de disputa política, especialmente no contexto das eleições futuras para a Mesa Diretora da Câmara”, declarou Lira.
O texto seria analisado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) nesta 3ª feira (29.out) e, se aprovado, caberia Lira pautá-lo no plenário da Casa Baixa.
Com a criação de uma comissão especial, o congressista atrasa a análise do projeto.
O grupo será composta por 34 integrantes, que devem ser indicados pelos partidos. Para iniciar os trabalhos, a comissão terá que ser instalada e depois eleger um presidente e um relator e criar um cronograma de debates. A votação será do texto será a etapa final.
Motta tem evitado se comprometer a apoiar ou rechaçar o projeto para dar anistia aos presos durante os atos extremistas de 8 de janeiro.
DISPUTA NA CÂMARA
Até a metade de agosto, Elmar Nascimento (União Brasil-BA) era tido como o favorito de Lira para assumir a presidência da Câmara em 2025 e, assim, manter sua influência política.
Líder do Republicanos na Câmara, Motta ganhou força depois de Marcos Pereira desistir da candidatura para emplacar um nome com menos resistência.
A posição de Lira causou uma tensão com Elmar, seu amigo pessoal, que, segundo apuração do Poder360, contava com o apoio do presidente da Câmara.
Em uma contraofensiva a Motta, Elmar fechou uma aliança com Antonio Brito (PSD-BA), também pré-candidato à presidência da Câmara.
QUEM É HUGO MOTTA
Motta tem 35 anos. Está no 4º mandato. Foi eleito deputado federal pela 1ª vez em 2010, com 86.150 votos. Elegeu-se aos 21 anos.
Em abril de 2016, à época filiado ao PMDB (hoje MDB), o congressista votou a favor da instauração do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Já na gestão de Michel Temer (MDB), em outubro de 2016, Motta votou favoravelmente à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241 de 2016, conhecida como PEC do teto dos gastos públicos.
Em abril de 2017, Motta votou “sim” ao PL (Projeto de Lei) 6.787 de 2016, que estabeleceu a Reforma Trabalhista. Em agosto de 2017, votou contra a autorização para o STF (Supremo Tribunal Federal) abrir processo criminal contra o então presidente Temer por crime de corrupção passiva.
Fonte: Poder 360
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