Sexta, 31 de Agosto de 2018

A defesa também avalia que é preciso dar um prazo de cinco dias para que as pessoas que contestaram a candidatura de Lula se manifestem novamente. Isso porque a defesa terá apresentado um documento novo, que é a decisão do comitê da ONU. Os prazos e a definição de quando será o julgamento do registro de candidatura são importantes porque, enquanto não tiver sido barrado, Lula pode participar da campanha. E nesta sexta-feira começa o horário eleitoral gratuito.
— É uma discussão profunda, interessantíssima. Na defesa citamos muitos trechos de julgados do Supremo Tribunal Federal defendendo essa tese. É por justamente entender que a tese é profunda, ela levanta muita divergência, que o Tribunal Superior Eleitoral nunca enfrentou, que a gente não acredita em qualquer tipo de medida liminar. A liminar parte da premissa de que o registro seria chapadamente indeferido — afirmou a advogada Maria Claudia Bucchianeri.
Ela citou ainda um parecer da PGR no processo que questiona a Lei da Anistia no STF. Nesse caso, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot pregou respeito à decisão da Corte Inter-Americana de Direitos Humanos, que determinou a apuração de crimes ocorridos na ditadura, em contrariedade ao estipulado pela Lei da Anistia. Entre os pedidos contra a candidatura de Lula está um da atual procuradora-geral da República e procuradora-geral eleitoral Raquel Dodge. A defesa também vai citar uma decisão do comitê da ONU que, segundo ela, foi respeitada pelo México.
— O Tribunal Eleitoral do México já se defrontou com uma liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU, desse mesmíssimo comitê. E respeitou. Os países que costumam não cumprir as decisões do comitê da ONU, e vamos colocar isso na defesa, em regra são países de baixíssimo índice de qualidade democrática — afirmou a advogada.
O Globo Blog do BG
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