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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Como vencer a pobreza e a desigualdade?

Segunda, 25 de Dezembro de 2017

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A questão da desigualdade sempre foi central no debate sobre economia e sociedade no Brasil.

Descendentes de europeus conquistadores, sobreviventes das populações nativas dizimadas e descendentes de escravos raptados de suas comunidades na África convivem sob a mesma bandeira neste país.

Não seria de surpreender que grande parte da elite descenda e pareça-se fisicamente com os bandeirantes caçadores de índios do século 17. Menos surpreendente ainda é que muitos dos pobres ainda se pareçam com os escravos do século 19.

Mas os fatos são um pouco mais complexos.

As elites não são um clube fechado —é o que mostra um estudo sobre as elites de Bragança Paulista, cidade do interior paulista, famosa por seu time de futebol que quase foi campeão brasileiro e por sua linguiça.

Na segunda metade do século 19, o município de Bragança era dominado por uma família, os Silva Leme. Eram os fazendeiros mais ricos, capitalistas e vereadores; suas filhas eram casadas com os outros membros da elite que não tinham esse sobrenome. É dessa família Luiz Gonzaga da Silva Leme, autor da grande obra sobre a genealogia do povo bandeirante, a Genealogia Paulistana.

Graças à disponibilidade de informação sobre nascimentos, óbitos e casamentos na internet, é possível encontrar as centenas de descendentes dos Silva Leme que ainda residem em Bragança.

Qual seria então a situação desses bisnetos do baronato?

Os Silva Leme de Bragança Paulista do século 21, que em sua maioria não carregam mais o sobrenome, hoje são apenas famílias de classe média. Alguns são profissionais bem pagos, mas muitos são remediados.

Mas quem seria então a elite de Bragança hoje em dia?

São os recém-chegados, muitos deles com sobrenomes japoneses.

Em cálculos preliminares feitos pela equipe do Por Quê?, os brasileiros de ascendência japonesa têm condição social superior aos descendentes do baronato em Bragança. Cada um desses brasileiros de ascendência japonesa é neto ou bisneto de algum camponês que atravessou o oceano para ter um sítio, trabalhar, poupar e pôr os filhos para estudar. Com esforço e disciplina, chegaram lá.

Sim, gostaríamos que o Brasil fosse menos desigual. E acreditamos que programas como o Bolsa Família sejam cruciais para aliviar a pobreza. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que os descendentes de imigrantes japoneses melhoraram de vida não apenas pela ajuda direta do governo, mas também porque seus antepassados tinham a cultura do esforço pessoal e, sobretudo, puderam dar a seus filhos acesso à educação, algo muito mais difícil para escravos e ex-escravos.

O Brasil precisa aprender essa lição. Se todas as famílias pudessem incutir em seus filhos o valor do esforço, da poupança e os criassem para ter sucesso na escola, nosso país poderia ser mais rico, ou menos desigual.

Fonte: Blog do BG

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