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domingo, 23 de agosto de 2015

Dilma continua mentindo sobre a obra do São Francisco

Domingo,23 de agosto de 2015 

Foto do Google


Dilma visita obra que é exemplo de sua inépcia

POR JOSIAS DE SOUZA 

Num instante em que se esforça para atingir os seus dois objetivos estratégicos —não cair e passar a impressão de que comanda—, Dilma Rousseff fez sua enésima visita às obras da transposição do São Francisco, num trecho assentado no sertão pernambucano. A presidente fez isso por imaginar que o empreendimento serve de exemplo. Só não disse de quê.

Chefe da Casa Civil de Lula, Dilma coordenava com zelo de “mãe” as obras do PAC, que tinha na transposição uma prioridade. Na campanha de 2010, a “revolução” do São Francisco foi vendida nos videoclipes do PT como um grande feito de Lula e da supergerente que ele escolhera para sucedê-lo.

Nos planos da gerente impecável, a água abundante chegaria ao sertão nordestino ainda em 2010. Era lorota. Apenas 17 dias antes de passar a faixa presidencial para Dilma, Lula fez uma apoteótica visita sentimental ao canteiro do São Francisco. Vaticinou: “Estou percebendo que a obra vai ser inaugurada definitivamente em 2012, a não ser que aconteça um dilúvio…” Era conversa fiada.

Em maio de 2014, em plena campanha à reeleição, Dilma visitou trechos das obras da transposição no Ceará e na Paraíba. Espremida pelos repórteres, a administradora impecável teve de reconhecer sua condição de ex-Dilma:

“A gente começou bastante inexperiente, e houve uma subestimação. Em nenhum lugar do mundo em dois anos é feita uma obra dessa dimensão. Ela é bastante sofisticada, leva um tempo de maturação. Houve atraso porque se superestimou a velocidade que ela poderia ter, minimizando a complexidade.”

Nesse dia, o cronograma oficial previa que a fita da transposição seria cortada em 2015, primeiro ano do segundo mandato de Dilma. Mas a candidata prometia que as torneiras seriam abastecidas antes da inauguração:

“Vamos antecipar a chegada de água às pessoas, não necessariamente com inauguração formal. A obra tem estágios. Vai ficando pronto, e nós vamos deixando para uso da população.” Era lero-lero eleitoral.

Nesta sexta-feira (21), Dilma simulou o acinamento de uma motobomba que já vinha funcionando em caráter experimental havia oito meses. Mas o teatro não levará água aos sertanejos. Falta construir os canais que —um dia, talvez, quem sabe— verterão o São Francisco nas torneiras.

O governo agora informa que as primeiras gotas pingarão em oito meses. A conclusão final das obras virá até janeiro de 2017. Quem quiser acreditar que acredite! Por ora, a única certeza disponível é a de que a transposição do São Francisco tornou-se um dos mais eloquentes exemplos da inépcia gerencial de Dilma Rousseff.

A inépcia custa caro. Ministra, Dilma avalizara um orçamento de R$ 4,8 bilhões. Presidente, autorizou aditivos que elevaram o custo da transposição para R$ 8,2 bilhões. Desse total, R$ 6,8 bilhões já deixaram os cofres do Tesouro. E nada de água.

Dilma visitou o fiasco por considerá-lo um exemplo de algo que deu certo. Logo, logo o governo deve compor um grupo de trabalho para redefinir o conceito de “dar certo”.

Fonte: www.uol.com.br/ Carlos Skarlack

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