Terça, 03 de Fevereiro de 2015

Foto: Ricardo Moraes/ Reuters/ VEJA
A Fitch Ratings rebaixou os IDRs (Issuer Default Ratigns - Ratings de Probabilidade de Inadimplência do Emissor) em moedas estrangeira e local, assim como os ratings da dívida em circulação da Petrobras, para 'BBB-'. A agência de finanças também colocou os ratings internacionais e o Rating Nacional de Longo Prazo 'AAA(bra)' da companhia - considerada como forte capacidade para honrar compromissos financeiros - em observação negativa. Isso reflete a incerteza do mercado sobre a capacidade de a Petrobras estimar e registrar ajustes em seus ativos fixos dentro do prazo necessário, o que permitiria que boa parte dos credores da empresa acelerasse os pagamentos da dívida. As ações que classificam a qualidade do crédito da Petrobras afetam aproximadamente US$ 50 bilhões de emissão de dívida, já incluídas aquelas emitidas pela Petrobras International Finance Company (PIFco) e pela Petrobras Global Finance B.V. (PGF). O comunicado da Fitch Ratings surge após a recente publicação das demonstrações financeiras da Petrobras relativas ao terceiro trimestre de 2014. Os covenants exigem que as demonstrações financeiras auditadas de final de ano sejam reportadas até 120 dias após o término do período, com mais sessenta dias de carência. A decisão de atrasar a contabilização dos ajustes, para a agência, ressalta as dificuldades em estimar a magnitude dos valores pagos em excesso, decorrentes do esquema de corrupção e do valor justo dos ativos fixos. A Fitch Ratings atribui as ações de rating como reflexo do escândalo de corrupção na Petrobras, que podem interferir na capacidade de a Petrobras atingir as expectativas da agência para sua produção. "As denúncias afetam a efetividade da companhia em negociar com fornecedores de equipamentos, tendo em vista que seus executivos ficam mais cautelosos na assinatura ou no adiantamento de contratos. A atual proibição de contratar 23 grupos limita a disponibilidade de importantes equipamentos", conclui a agência. Tais questões podem prejudicar o tempo de conclusão e entrega de unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência (FPSOs), para as quais a Fitch considerou atraso médio de entrega de seis meses. A agência diz que continuará monitorando o progresso da construção das unidades da Petrobras. Por estar em observação negativa, a Petrobras pode ter os ratings rebaixados em mais de um grau, caso sejam descumpridos os covenants referentes aos demonstrativos financeiros e seja notificada pelos credores a respeito desta ocorrência. Para o caso de a empresa publicar as demonstrações financeiras auditadas dentro do prazo, sem quebra dos covenants, a observação negativa deve ser removida e uma 'perspectiva negativa' pode ser atribuída. Isso "devido à contínua incerteza e às disputas judiciais decorrentes das investigações sobre o esquema de corrupção Lava Jato, bem como aos potenciais atrasos nas entregas de unidades de produção"
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