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sábado, 26 de abril de 2014

Psicanalista e autor de ficção diz que dores de violência sexual duram a vida inteira


Sábado, 26 de Abril de 2014


Foto: Divulgação

As dores da violência sexual sentidas por uma criança podem durar a vida inteira. Nesse sentido, para quem já sentiu na pele os abusos, a possibilidade de sair ileso é praticamente nula. No entanto, as chances de pacificação são mais do que possíveis. Para o psicanalista Paulo Emanuel Machado, os traumas gerados por essas situações devem ser expressados, mesmo que a dor e o constrangimento sejam impeditivos. “A pessoa precisa elaborar e dar um novo significado para aquele fato que o perturbou. Calado e sozinho é muito difícil fazer isso porque esses eventos são muito fortes”, explica o também professor ao Bahia Notícias. Machado trabalha com o tema há mais de dez anos em consultórios e em sala de aulas. 

O assunto lhe rendeu histórias que ganharam toques de ficção no livro “Tempestade”, a ser lançado nesta quarta-feira (30), na Livraria Saraiva do Salvador Shopping, às 19h, com entrada franca. “Eu falo de um cara que aos 42 anos vai se lembrar de um fato que o marcou aos 12”, conta o fato gerador do conflito. 
Ao longo do enredo que se passa em Salvador, o leitor acompanha o desenvolvimento da criança e os dramas por ela vividos. Mesmo com a diminuição dos números de violência sexual a crianças, com queda de 45,2% de 2013 em relação a 2012, a Bahia ostenta o nada animador terceiro lugar em notificações de violência sexual, segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos (SDH). 
A explicação para o ranking baiano intriga o especialista. “É uma pergunta difícil, mas acredito que tem a ver com a falta de informação e uma cultura de que tudo pode”, hipotetizou. Machado orienta que em tempos de fácil acesso a conteúdos pornográficos os pais acompanhem o cotidiano dos filhos e criem um ambiente favorável para tratar do assunto. “Tanto em casa como na escola é necessário ter esse ambiente de conversa, sem precisar também ficar antecipando as coisas para as crianças”, considerou. 
Para meninos e meninas sem condição de pagar por um tratamento psicológico, a orientação é procurar os conselhos tutelares, que fazem o encaminhamento para especialista

por Francis Juliano

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