Quinta, 23 de maio de 2025
O ex-comandante do Exército Júlio César de Arruda confirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (22), que se reuniu com o general de brigada Mário Fernandes e negou que tenham tratado sobre a possibilidade de um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência. Arruda, general da reserva, foi ouvido como testemunha do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, no processo em que o ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado. O ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso, conduz a audiência. No final de 2022, Arruda foi procurado dois dias antes de se tornar comandante do Exército por Mário Fernandes, ex-comandante de Operações Especiais do Exército e então número 2 da Secretaria-Geral da Presidência, para o pressionar a impedir a posse de Lula.
Arruda teria expulsado, imediatamente, Mário e dois coronéis de seu gabinete e deu uma ordem: que não voltassem mais ali enquanto ele fosse o comandante. No depoimento, Arruda negou ter feito a expulsão. A pergunta foi feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. “Ele esteve lá para conversar comigo no dia 28?, afirmou Arruda. “Foi conversado sobre eventual impedimento para a posse de Lula?”, perguntou Gonet. “Não, senhor”, completou o militar. Segundo a investigação da tentativa de golpe, Mário Fernandes é o autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que continha um detalhamento para executar, em dezembro de 2022, Moraes, Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Arruda foi comandante do Exército do presidente Lula por apenas 21 dias. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse que a decisão se deve a uma quebra de confiança com o governo.
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