Terça, 29 de Agosto de 2023
O ministro Cristiano Zanin, por seus primeiros votos no Supremo Tribunal Federal (STF), colocou a esquerda em pânico.
O ex-advogado de Lula, condição fundamental para sua escolha, parece que quer demonstrar que será um magistrado independente, como exige a democracia.
Porém, petistas estão se articulando para pedir a Lula que interfira, converse com Zanin e direcione o seu voto na questão no Marco Temporal.
Uma intromissão indevida, que não coaduna com o regime democrático.
O jornalista Lauro Jardim comentou sobre a aflição que ronda as hostes petistas:
"Integrantes da cúpula do PT passaram o fim de semana trocando mensagens e conversando pelo telefone sobre Cristiano Zanin. Ou mais especificamente sobre o desastre que foram, à esquerda, os votos dados pelo recém-empossado ministro do STF nas duas últimas semanas — todos alinhados ao conservadorismo.
Há um consenso entre eles que Lula precisa ter uma conversa com Zanin antes de quarta-feira, quando será retomado o julgamento do processo que trata do marco temporal para demarcação de terras indígenas.
O temor é que Zanin vote pela adoção do marco temporal, ou seja, a favor dos ruralistas e contra as diretrizes do governo Lula.
Lula, na opinião desses petistas da cúpula do partido, deve interferir "antes que novo desastre aconteça", de acordo com um deputado da legenda. 'Ele não tem saída', completa.
É o que será pedido a Lula a partir de hoje, quando o presidente volta a despachar em Brasília, depois de uma semana de viagem pela África."
Por outro lado, vale lembrar uma resposta dada pelo ministro, quando sabatinado na CCJ do Senado Federal.
Sobre a questão de que a indicação de Lula poderia, de alguma forma, constrangê-lo ou comprometer sua imparcialidade como magistrado.
Zanin respondeu que acredita que foi indicado pelo fato de o presidente ter conhecido seu trabalho jurídico, sua carreira na advocacia e "por ter a certeza de que eu, uma vez nomeado e aprovado por esta Casa, vou me guiar exclusivamente pela Constituição e pelas leis, sem qualquer tipo de subordinação a quem quer que seja”.
E prosseguiu:
"Aliás, uma das marcas da minha carreira e da minha atuação jurídica foi exatamente a busca da imparcialidade nos julgamentos de que participei. Então, a questão da imparcialidade, para mim, é fundamental e é um elemento estruturante da própria Justiça”.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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