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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Nota de governadores do Nordeste reforça temor de ação da PF na região sobre compra de respiradores

Segunda, 15 de Junho de 2020



Há um grupo de WhatsApp que reúne secretários estaduais de saúde em todo o Brasil.

Tão logo a PF bateu à porta das autoridades paraenses na última semana, a avaliação foi de que a próxima investida seria no Nordeste.

A ação no Pará, aliás, atingiu o presidente do conselho nacional dos secretários estaduais, Alberto Beltrame.

Há narrativas em andamento. Uma delas é de que a PF age por interferência do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Não dá para levar isso em conta sem considerar um aspecto importante: a PF não age sozinha. As ações precisam ser autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça.

E o noticiário está aí a indicar que Judiciário e Bolsonaro travam guerra.

Há, portanto, evidências de atos ilegais que levam o STJ a autorizar as ações.

É nessa esteira que veio a público a nota do Consórcio Nordeste na sexta-feira (12). Nela, abre-se o texto condenando a postura do presidente em estimular pessoas a invadirem hospitais.

Ficou a impressão, no entanto, que esse ato foi pretexto para a emissão da nota. Ela tem 11 parágrafos, mas apenas dois falam da invasão dos hospitais, enquanto seis abordam as investigações. Neles, citam-se a necessidade de apurações isentas e sem instrumentalização política.

A nota veio dois dias depois de o governador da Bahia, Rui Costa, ocupar os microfones para criticar a atuação dos ministérios públicos da Bahia e Federal que atua naquele estado sobre a Operação Ragnarok, assunto sobre o qual o Blog do Dina tem trazido conteúdo exclusivo na compra de respiradores no valor de R$ 48 milhões, 12 dos quais ficaram com intermediários.

É que a investigação que começou contando que um grupo de empresários enganou nove governadores foi federalizada para o STJ, foro perante o qual responde governador. Ou governadores, no plural.

A nota criticando investigações sobre governadores revela muito a respeito da iminência da ação da PF.

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