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sábado, 20 de julho de 2019

Operação do Ministério Público e da Polícia Civil descobriu as atividades da máfia de agiotas colombianos que se instalou no Ceará

Sábado, 20 de Julho de 2019


A prisão de três colombianos na semana passada no Ceará, durante a “Operação Préstimos”, levou as autoridades da Polícia Civil e do Ministério Público a descobrir uma verdadeira máfia que se instalou no Ceará, unido cearenses e estrangeiros para a montagem e funcionamento de uma organização criminosa cujo principal objetivo é o enriquecimento ilícito através de agiotagem e outros delitos como estelionato, lavagem de dinheiro, crime contra economia popular e associação criminosa, além de ameaça.

De acordo com o promotor de Justiça, Jairo Pereira Pequeno Neto, da Comarca de Pentecoste (a 88Km de Fortaleza), um dos “braços” ou “célula” desta organização criminosa que se instalou no Ceará era responsável sozinho por atuar em nove Municípios cearenses, todos localizados na região do Vale do Curu, litoral Oeste e na Região Metropolitana de Fortaleza. São eles: São Gonçalo do Amarante, Paracuru, Paraipaba, General Sampaio, São Luís do Curu, Tururu, Apuiarés, Umirim e Itapajé.

A quadrilha tinha como “cabeças” os colombianos Davi Orosco, sua mulher; Natália Orosco, além de Cristian Davi. Já um casal de cearenses, identificados como Davi e Natália, atuava como gerentes dos negócios ilícitos, que contava também com uma rede de cobradores em motocicletas, que, diariamente, percorriam as cidades, cobrando de “porta em porta”, o pagamento de juros de quem tomava empréstimos aos colombianos.

O grupo instalou, ao menos, dois escritórios do crime, um deles no Distrito de Croatá, em São Gonçalo do Amarante; e o outro em Paraipaba, e até criou um aplicativo no celular para calcular os juros a serem pagos diariamente pelos endividados. Ameaças e constrangimento eram diários para quem pediu dinheiro emprestado. Durante a “Operação Préstimos”, ao menos, 11 pessoas foram presas, incluindo os três colombianos e oito cearenses.

Fiança pesada

Os colombianos Davi Orosco e Cristian Davi já estão soltos. Cada um teve que pagar individualmente uma fiança no valor de RS 50 mil, determinada pelo juiz de Direito, Caio Lima Barroso, que havia expedido os mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. Outros dois suspeitos foram presos em flagrante.

Já a colombiana Natália Orosco, que tem um filho de 12 anos de idade com dupla nacionalidade (colombiana e americana), foi solta mediante a aplicação de uma medida cautelar diferente da prisão, através do uso de tornozeleira eletrônica.

O promotor revela, ainda, que o negócio estava se tornando milionário para os colombianos e seus comparsas. O dinheiro arrecadado diariamente ia para um caixa que serviria para a ampliação da agiotagem em todo o estado. A quadrilha teria movimentado somente nos últimos dois meses cerca de R$ 2 milhões em empréstimos com jutos extorsivos.

Durante a operação, a Polícia Civil apreendeu com os envolvidos vários automóveis e motocicletas que eram usados nas cobranças e uso pessoal. O grupo estava atuando nas cidades do Vale do Curu há cerca de um ano e meio.


(Fernando Ribeiro)

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