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domingo, 9 de outubro de 2016

Ministro da Justiça recebeu R$ 4 milhões de empresa alvo de operação da PF

Domingo, 09 de Outubro de 2016 

Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, recebeu ao menos R$ 4 milhões da empresa JHSF Participações, de São Paulo, investigada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF) na Operação Acrônimo. De acordo com a Folha de S. Paulo, o valor foi pago à firma de advocacia do ministro entre 2010 e 2014, quando Moraes não tinha cargo público. A ligação foi descoberta pela PF durante ação do dia 16 de agosto deste ano, quando agentes encontraram sobre a mesa de um dos executivos da JHSF uma planilha com o nome “Alexandre Moraes”, valores e as siglas PT e PSDB. No dia 31 do mesmo mês, a defesa do proprietário da empresa José Auriemo Neto informou, em depoimento, que o nome era relacionado ao ministro do presidente Michel Temer (PMDB). Os valore seriam referentes a “honorários advocatícios”, mas não foram apresentados mais dados sobre o serviço realizado. A força-tarefa da Operação Acrônimo pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito sobre o caso, mas segundo a Folha o inquérito foi arquivado liminarmente pelo ministro Luiz Fux apenas oito dias após a documentação chegar à Corte. Não houve abertura de inquérito nem autorização de medidas investigatórias, como quebra de sigilos. Fux também não teria consultado a Procuradoria-Geral da República antes de sua decisão monocrática. A JHSF se tornou alvo da Acrônimo após o empresário Benedito Oliveira Neto afirmar, em delação premiada, que a empresa pagou por uma pesquisa de opinião em benefício de Fernando Pimentel (PT), então candidato do governo de Minas Gerais. Em nota, Moraes defendeu que os pagamentos foram legais, mas que está impossibilitado de explicar os serviços prestados por causa de uma "cláusula de confidencialidade" com seu cliente. A PGR confirmou que não recebeu a petição sobre o caso e a assessoria do STF disse não ter informações porque o caso tramita sob sigilo. Em nota, a JHSF diz que o ministro atuou como "advogado e consultor jurídico" e que "os documentos solicitados pelas autoridades já foram entregues”.

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