por Samuel Celestino

Se já não bastasse o empate nacional cravado entre Dilma e Marina em 34%, de acordo com o Datafolha – que provavelmente apresentará uma nova pesquisa sobre a sucessão nesta sexta-feira – o Ibope, na terça à noite, divulgou a pesquisa realizada para os governos dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, ampliado para a corrida presidencial. Foi neste último aspecto que se manifestou, mais uma vez, o fantasma Marina, atordoando Dilma, e, praticamente, zerando as possibilidades de Aécio Neves, candidato do PSDB.
São Paulo e Rio são, pela ordem, o primeiro e o terceiro colégios eleitorais do País. Em segundo lugar aparece Minas Gerais. Juntos os dois primeiros equivalem a 32% do eleitorado brasileiro. De acordo com o Ibope, em São Paulo, Marina dispara com 39% das intenções de voto contra 23% de Dilma e, no Rio de Janeiro onde a presidente estava absoluta em primeiro lugar, a virada coloca um pedra na caminho do PT. Foram 38% contra 32% uma diferença em pouco mais de uma semana de 6%, desarrumando o eleitorado do estado. Marina em SP aumentou 4%, tirando votos de Aécio Neves e dos eleitores indefinidos. Aécio caiu para 17%. O entendimento que se tem é o de que eleitores indefinidos estão se posicionando favoráveis à candidata do PSB.
Se, na pesquisa Datafolha o empate em primeiro turno das duas candidatas já preocupava o comitê petista, seus marqueteiros e o partido, há uma suposição de que se Marina continuar avançando, a decisão do pleito presidencial poderá ser decidida logo no dia 5 de outubro, portanto em primeiro turno. O Datafolha já apontava para o segundo turno uma frente de Marina em 10%.( contraditado nas pesquisas Ibope e Datafolha de ontem, onde houve uma queda de Marina)). Acontece que a presidente não tem sido feliz nos debates, com muito nervosismo, em contraste com a serenidade de Marina Silva. Talvez a tática de atacá-la não seja a melhor, na medida em que sendo uma candidata zen, que parece sempre estar em meditação, os ataques a ela acabam por retornar, como bumerangue, para quem o faz, parta de Rousseff ou Aécio.
Aliás, no último debate realizado pelo SBT, Dilma, demonstrando descontrole, voltou-se contra Aécio no intervalo e, sem motivo, disparou “Você está querendo a minha cadeira, não é? Desista, porque ela continuará comigo”. O mineiro não respondeu talvez porque fora colhido pela surpresa da pergunta incabível. Se ainda fosse dirigida à Marina... O fato demonstra um descontrole descabido, embora de certo modo presente.
Ademais, a presidente pela primeira vez nas entrevistas à Rede Globo, deixou de ir a um programa na terça-feira à noite, deixando os seus entrevistadores à espera. William Waack e Cristiane Pelajo que comandariam a entrevista, resolveram dar a resposta no ar ao dizer que a entrevista estava marcada com antecipação prevista e, depois, passou a ler as perguntas que a ela seriam feitas e que ficaram no ar.
Não dá para entender, a não ser a partir de problemas no seu comitê eleitoral ou, senão for por aí, por estar com nervos à flor da pele, o que não seria um fato condenável diante das circunstâncias que a candidata enfrenta. Desta maneira, as possibilidades de uma definição em primeiro turno, que antes parecia ser favorável à Rousseff foi invertida pelo destino e, agora, há uma ventania na sucessão presidencial que agita o panorama com muitos quilômetros por hora. Em Tempo - Este comentário foi escrito na tarde de quarta feira, antes, portanto, da divulgação, à noite, das novas pesquisas do Ibope e Datafolha, com empate técnico no primeiro turno entre Dilma e Marina.
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