martins em pauta

domingo, 3 de agosto de 2014

Os Suassuna de Alencar


Em 3 de agosto de 2014 


Prosa do Domingo, na Coluna Plural do Novo Jornal.

Destino do cruzamento de várias famílias ou parentescos, os Suassuna de Alencar nascem de Raimundo Sales e Mariana Felícia, que puseram o sobrenome Suassuna nos seus três filhos, donde uma delas casou um filho com uma filha de João Antunes de Alencar, pernambucano do Exu­, que veio ser Juiz Municipal de Martins, ainda no Império.

Quando do nascimento da República, cuja leitura da proclamação foi feita pelo filho do Juiz, capitão Pedro Antunes, na pracinha da Matriz, hoje Praça Almino Afonso, João Antunes de Alencar, monarquista, a tudo assistiu de forma sisuda.

Largando a Magistratura ativa, voltou para Fortaleza, terra da sua esposa, Auta Rodovalho Cavalcanti de Alencar. Antes de ser Juiz do Martins, ele fora Juiz de Maranguape. Viajou deixando ajustado o casamento de sua filha Guilhermina Antunes, de apenas doze anos, com o filho de Bisinha Suassuna, Joaquim Gomes Pinto, que tinha trinta e dois anos e vários amancebamentos.

Oito anos depois, o casamento realizou-se na Fazenda Cajuais; o noivo com quarenta anos e a noiva com vinte. Eles se conheceram naquela semana. Desse casamento, de Quinquim dos Cajuais com Mãe-Guilé, nasceram dez filhos e eles criaram mais dez. Prole de vinte filhos, dentre naturais e de criação. Aos quarenta anos, Mãe-Guilé enviuvou, com a morte de Quinquim aos sessenta anos. Para vir casar ela largou o Conservatório de Fortaleza, onde estudava piano, com a promessa, não cumprida, de um piano de cauda, para a fazenda.

Dedicou-se à gerência de Cajuais e à criação da vasta prole. Pôs os filhos no Seminário, na Prainha de Fortaleza. Apenas um ordenou-se padre, o Pe. Alexandrino Suassuna de Alencar, meu tio e pai adotivo.

Seu nome foi uma homenagem ao tio-avô Alexandrino Suassuna, nascido no Martins; pai de uma enorme família, em Catolé do Rocha. Dentre os filhos, João Suassuna, que foi governador da Paraíba. Pai de Ariano Suassuna.

Certa vez, eu perguntei a ela: “Mãe-Guilé, é verdade que a senhora conheceu vovô Quinquim no dia do casamento”? Ela riu e repreendeu: “Deixe de ser abiúdo, seu cara ensebada; isso num é da sua conta”.

Dos filhos de Mãe-Guilé apenas um manteve o sobrenome Suassuna, nos filhos. Trocando o Alencar por Antunes. Na minha casa, ninguém foi registrado com o Suassuna. Puseram o Caldas, da minha avó paterna, de Serra Talhada. No meu, repetiram o próprio do meu pai.

Hoje, com uma família quase incontável, os sobrenomes se diluíram. Casamentos entre pessoas da região e de outras plagas vão agregando nomes de inúmeras famílias.

Natércia Suassuna anda angariando informações para a 2ª edição do livro de Raimundo Suassuna, sobre a família, que tem o prefácio de Ariano.

Muitos nomes, uma origem. De Raimundo Sales e Mariana Felícia, de um lado; João Antunes e Auta Rodovalho, do outro. Incluindo aí ramos de Apodi, Martins, Catolé do Rocha, Crato, Maranguape, Exu e Serra Talhada.Té mais.

Texto original


Fonte:PortalnoAR

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