Sábado, 15 de novembro de 2025
Mensagens encontradas no celular de Cícero Marcelino de Souza Santos, apontado como operador financeiro da Conafer, revelam que Rogério solicitava pagamentos direcionados a terceiros. Em setembro de 2023, o servidor cobrou um pagamento atrasado com a mensagem: "Esqueceu de mim, mestre?".
A PF constatou que, logo após essa cobrança, houve uma transferência de R$ 40 mil para Waldemir Miranda Neto, pessoa indicada pelo próprio Rogério em conversas por WhatsApp. Ao todo, foram mapeadas 11 transferências bancárias que totalizam R$ 450 mil, todas direcionadas a contas de terceiros para "ocultar a origem ilícita" dos valores.
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a operação policial e destacou em sua decisão a relevância das provas. "Esse diálogo é citado como prova direta de sua consciência e participação ativa no esquema de corrupção passiva", afirmou o magistrado.
Rogério é considerado braço direito de André Fidélis, ex-diretor de Benefícios do INSS, que assinou 14 acordos de cooperação técnica permitindo descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
Na transição entre os governos Bolsonaro e Lula, Rogério participou de uma reunião na sede do Ministério da Previdência com o atual ministro Wolney Queiroz (PDT). O encontro também contou com a presença do ex-procurador do INSS Virgílio Oliveira Filho, do lobista Antônio Carlos Camilo, conhecido como "Careca do INSS", e de Fidélis, todos alvos de mandados de prisão expedidos nesta quarta-feira (13).
Também estiveram presentes na reunião ministerial o servidor Marcos de Brito, o ex-diretor de Governança Alexandre Guimarães, e Osório Chalegre Oliveira e Leandro Fonseca, que trabalharam com José Queiroz, ex-prefeito de Caruaru (PE) e pai do ministro Wolney Queiroz.
Fonte: Jornal da Cidade Online

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