Sexta, 24 de outubro de 2025
A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu uma sindicância interna para apurar a conduta de servidores que criticaram, em grupos de WhatsApp, o pagamento de benefícios milionários a procuradores do Ministério Público Federal (MPF).
A investigação foi aberta após um pedido da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que alegou que as mensagens compartilhadas em grupos amplamente usados por membros do MPF “maculam a imagem da instituição”.
O secretário-geral adjunto da PGR, Paulo Santiago, acatou o pedido e determinou a atuação conjunta das áreas de Tecnologia, Polícia do MPF e Perícia e Análise. O inquérito tem prazo de 60 dias e foi classificado como sigiloso de nível três, permitindo acesso apenas a procuradores e poucos servidores. O responsável pela apuração é o servidor Cleuber Filho.
Mensagens sobre benefícios milionários
Nos grupos, servidores criticaram o suposto pagamento de R$ 1 milhão por procurador em benefícios retroativos. O caso surgiu após o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho, autorizar o pagamento de licenças compensatórias retroativas a procuradores com acúmulo de processos — decisão tomada no mesmo dia em que o CNJ proibiu vantagens financeiras retroativas por via administrativa.
As estimativas internas apontavam que os valores poderiam ultrapassar R$ 1 milhão por membro.
ANPR fala em “informações falsas”
Para a ANPR, as mensagens compartilhadas seriam “manifestamente falsas” e ultrapassariam a crítica legítima, podendo configurar infração funcional por violar os deveres de lealdade, moralidade e ética.
A associação admite, no entanto, não saber quem produziu os materiais, mas suspeita que possam ter sido servidores do próprio MPF, insatisfeitos com a diferença salarial entre as carreiras.
Com informações de Estadão

Nenhum comentário:
Postar um comentário