Terça, 10 de junho de 2025
Em depoimento prestado nesta terça-feira (10/6) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ter redigido ou editado qualquer minuta de decreto para anular o resultado das eleições de 2022.
Questionado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre o envolvimento com o ex-assessor especial da Presidência Felipe Martins na elaboração do documento, Bolsonaro negou. “Não existiu isso aí. Ele não tem competência para isso.”
“Não procede esse enxugamento. Eu conheço muito bem o Felipe. Não procede nada disso”, afirmou. “Isso foi colocado em uma televisão e mostrado de forma rápida. A discussão sobre esse assunto foi feita em minutos. Existia uma ideia de estado de sítio. Primeiramente, precisaríamos ter um fato; depois, os conselhos da defesa, coisa que não foi feita”, seguiu.
A minuta do golpe, como ficou conhecida, previa a decretação de estado de sítio, prisão de autoridades — entre elas, do próprio Moraes — e a criação de um conselho para refazer as eleições. O documento foi encontrado pela Polícia Federal (PF) na residência do então ministro da Justiça Anderson Torres, durante uma operação autorizada pelo STF.
Na véspera do depoimento de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, afirmou à Corte que Bolsonaro teve acesso ao documento, leu seu conteúdo e chegou a sugerir alterações.
Segundo Cid, o ex-chefe do Executivo pediu a retirada de trechos que mencionavam expressamente a prisão de ministros, embora Alexandre de Moraes ainda figurasse como alvo no texto final.
“Foram duas, no máximo três reuniões, em que esse documento foi apresentado ao presidente”, disse Cid. O militar detalhou que a minuta era dividida em duas partes: uma introdutória com argumentos sobre supostas interferências do STF e TSE, e uma segunda, com medidas jurídicas de exceção.
Com informações de Correio Braziliense e Metrópoles
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