Sexta, 16 de maio de 2025
Trata-se de Daniel Fernando Nardon, de 46 anos de idade, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça do Rio Grande do Sul no dia 9 de maio e acabou sendo capturado na base da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-163, na entrada de Dourados (MS), através de trabalho conjunto da PRF com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul.
O advogado viajava de carro com um amigo e disse que vinha de Mato Grosso. A suspeita é de que ele seguia em direção ao território paraguaio, para fugir.
Daniel Nardon é um dos alvos da Operação Malus Doctor, deflagrada no dia 7 deste mês pela Polícia Civil gaúcha contra 14 pessoas, sendo 9 advogados. O esquema é chamado pela polícia de “advocacia predatória” e pode ter causado prejuízo de 50 milhões.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) determinou a suspensão cautelar do direito de Nardon exercer a profissão, “de forma preventiva em razão da gravidade dos fatos apurados, além de resguardar a integridade da advocacia e os interesses da sociedade”.
Conforme a polícia, Daniel Nardon teria ingressado com ações na Justiça contra instituição bancária para revisão de contrato, supostamente utilizando procuração assinada por cliente morto dois meses antes. Ele alegou que não tinha conhecimento da morte do cliente.
Durante as investigações, os policiais descobriram vários outros processos semelhantes, todos na comarca de Porto Alegre. Ainda segundo a polícia, ele chegou a ajuizar 581 processos em um único dia. No total, a polícia identificou 145 mil ações no Rio Grande do Sul e 30 mil em São Paulo.
O grupo fazia ajuizamento massivo de ações de revisão de juros de empréstimos consignados, muitas vezes usando procurações falsas. Por fim, se apropriava das indenizações. A maioria das vítimas é formada por policiais militares e professores aposentados.
Conforme a operação policial, o esquema desvendado durante as investigações aponta o uso de empresa de consultoria e até um banco digital criado pelo advogado, o “Nardon Bank”, que não aparece na lista de instituições autorizadas pelo Banco Central.
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