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domingo, 14 de junho de 2020

Reitor nega haver partidarismo nas universidades e é desmascarado ao vivo

Domingo, 14 de Junho de 2020



O apresentador Paulo Mathias entrevistou o reitor da Universidade Federal de Goiás, Edward Madureira Brasil, e deixou o reitor embaraçado ao questionar a partidarização nas universidades públicas e lembrar que ele saiu candidato pelo PT.

Mathias afirmou que alguns reitores instituem uma partidarização em suas próprias universidades com pequenos gestos, ações, falas e projetos que sempre visam um único lado, que é o das políticas da esquerda. Em seguida, ele pergunta ao reitor se concorda ou não e qual seria a solução, qual o caminho para que tenhamos universidades plurais, porque, hoje, na grande maioria, não há essa pluralidade.

O reitor respondeu: “Os dirigentes das universidades são eleitos num processo democrático construído há 35 anos onde há esse mecanismo com consulta universitária e os reitores geralmente têm todo o cuidado para não se vincularem a partidos políticos e há espaço, sim, para livre manifestação na universidade, então eu não posso concordar com a sua afirmação”.

O apresentador reafirmou a sua opinião, dizendo que o reitor não está enxergando os fatos reais da situação, e acrescentou: “O brasileiro que nos assiste sabe muito bem que as universidades federais se transformaram num polo de força política de partidos de esquerda, inclusive com o apoio, por muitas vezes, dos próprios reitores. Eu vi muitos e muitos casos de pessoas que querem ir à universidade somente pra estudar e buscar uma melhoria na qualidade de vida serem jogados de lado e terem um certo isolamento por não fazerem parte de uma certa patota, de um certo grupo ali que rege politicamente a própria universidade. Infelizmente é isso que ocorre. O que eu gostaria de entender é qual é o caminho pra gente ter mais pluralidade ainda. Quem for hoje em qualquer universidade federal não verá essa pluralidade, seja dos professores, seja dos próprios reitores, seja do corpo acadêmico como um todo. Essa pluralidade que o Sr está dizendo não existe. Alguém que seja de direita e entrar numa universidade dessa naturalmente será isolado por todo o sistema que existe dentro dessa instituição”.


O reitor rebateu dizendo que ele próprio vive a universidade, frequenta as universidades brasileiras e lida com pessoas de pensamento mais conservador, mais progressista, com anarquistas, e que todas essas vertentes e todas essas possibilidades de pensamentos são contempladas e respeitadas naquele que é o ambiente por natureza do contraditório. Brasil afirmou: “A gente discute o tempo todo, a gente avança sempre buscando consenso entre os entendimentos, não há absolutamente nenhum tipo de patrulhamento ideológico em nenhuma universidade brasileira que eu conheça, então me permita discordar”.

O jornalista responde que vai repetir pela última vez haver, sim, patrulhamento e uma certa partidarização. Mathias diz: “Tanto é que o Sr inclusive já foi até candidato do PT. Então o Sr tem lado, professor, esse é o ponto. Eu não estou aqui questionando o seu lado, professor, eu só estou dizendo o seguinte: nós não podemos assumir uma neutralidade, uma imparcialidade que não existe. É só esse o ponto. O Sr. tem que ser claro aqui como reitor de uma universidade federal dizendo o seguinte ‘eu sou um homem de esquerda, eu defendo a esquerda, defendo os pensamentos de esquerda’. E não vejo problema nisso, afinal de contas você foi eleito democraticamente. Ou seja, existe uma certa maioria nesse cenário e você é um exemplo muito claro disso, professor”.

Assista.

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