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sábado, 19 de abril de 2025

Mídia internacional se insurge contra Moraes

Sábado, 19 de abril de 2025





Em uma das matérias intituladas “A Supremo Corte do Brasil sob julgamento”, The Economist observa que, embora a democracia brasileira enfrente sérios desafios devido a políticos acusados de corrupção, outro fator preocupante é o papel cada vez mais central e poderoso do Judiciário — personificado, segundo a revista, por Alexandre de Moraes.

“Seu histórico mostra que o Poder Judiciário precisa ser reduzido”, afirma o texto, sugerindo que o Supremo Tribunal Federal adote mais moderação, especialmente evitando decisões monocráticas e buscando maior colegialidade nas deliberações — como, por exemplo, ao levar o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro ao plenário.

A publicação destaca como Moraes, mesmo tendo trajetória anterior ao STF ligada à centro-direita, hoje conduz investigações que, para a revista, extrapolam os limites institucionais. Como exemplo, cita a ordem de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas com base em mensagens privadas, além de bloqueios de contas em redes sociais sem justificativas claras às plataformas envolvidas.

Já a The New Yorker abordou o perfil do ministro de maneira detalhada, relembrando os antagonismos que acumulou — inclusive com figuras internacionais como Elon Musk e Donald Trump. A matéria inclui uma declaração contundente de Moraes: “Se Goebbels estivesse vivo e tivesse acesso ao X, estaríamos condenados. Os nazistas teriam conquistado o mundo.”

Segundo a reportagem, investigações lideradas por Moraes chegaram a ultrapassar os limites esperados de sua autoridade, como no caso de multas e restrições contra usuários do X (ex-Twitter), com medidas aplicadas mesmo sem ampla explicação ou respaldo técnico divulgado.

New York Times, por sua vez, chamou a atenção para o fato de Moraes ser tanto o relator do julgamento de Jair Bolsonaro quanto um dos potenciais alvos de um suposto plano de assassinato ligado à tentativa de golpe. O jornal questiona se é apropriado que ele permaneça diretamente à frente do processo, dadas as implicações pessoais.

Apesar das críticas, as reportagens ponderam que o STF frequentemente atua em um cenário de omissão de outras instituições brasileiras, e que suas decisões, embora incomuns em termos internacionais, ainda se mantêm tecnicamente dentro da legalidade. Para a The Economist, a chave seria um ajuste no tom: mais equilíbrio, maior colegialidade e respeito ao princípio da separação entre os Poderes.

Fonte: Jornal da Cidade Online

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