Terça, 12 de Março de 2019

Desta vez, felizmente, a surpresa é positiva e pode revolucionar pesquisas em relação ao vírus HIV e ao tratamento contra a aids.
É que um grupo internacional de pesquisadores anunciou o segundo caso, em quase quatro décadas, de uma pessoa que livrou-se do HIV depois de passar por um transplante de células-tronco.
O estudo foi publicado na revista científica Nature.
Mesmo que isso não represente, por enquanto, a cura da aids, “traz esperança para novas estratégias de tratamento que, juntas, poderão eliminar o HIV”, afirma o líder da pesquisa, Ravindra Gupta, da Universidade College Londres e da Universidade de Cambridge.
Hoje, milhões de pessoas infectadas com o HIV em todo o mundo mantêm a doença sob controle fazendo uso da terapia antirretroviral (ARV), mas o tratamento não elimina o vírus dos pacientes.
"Neste momento, a única maneira de tratar o HIV é com drogas que retardam a ação do vírus, que as pessoas devem tomar durante toda a vida", disse Gupta.
E o pior, 15 milhões dos 37 milhões de infectados não têm acesso à terapia antirretroviral.
E mais: quase um milhão de pessoas morrem todos os anos por causas relacionadas ao HIV, além da crescente preocupação com uma nova forma de vírus resistente aos medicamentos.
No estudo realizado, o Paciente de Londres, como ficou conhecido o indivíduo "curado", repete o êxito do Paciente de Berlim.
Em 2007, o norte-americano Timothy Brown, HIV-positivo, foi submetido a um transplante de medula óssea, onde são formadas as células do sistema imunológico, entre outras, para tratar uma leucemia.
Depois de passar pela radiação que destruiu a própria medula — procedimento-padrão nessa cirurgia —, ele recebeu a de um doador imune ao vírus.
No caso mais atual, do Paciente de Londres, diagnosticado com HIV em 2003, entrou no regime antirretroviral, com a combinação de três medicamentos, em 2012."
Depois de um ano, ele descobriu um linfoma Hodgkin grau 4, o mais avançado.
A quimioterapia de primeira linha não surtiu o efeito desejado, e os médicos resolveram tentar o transplante de medula óssea.
Apesar de nenhum doador 100% compatível ter sido identificado, havia um no cadastro mundial que chegava próximo e era portador da variante do CCR5 (que não produz o receptor mais usado pelo vírus para promover a infecção).
“Mas o tratamento que fizemos foi diferente do Paciente de Berlim, porque não envolveu radioterapia”, esclarece o coautor do estudo, Ian Gabriel, pesquisador do Imperial College Londres.
Depois do transplante, o Paciente de Londres teve um início de rejeição, mas foi controlada.
Ele continuou a fazer uso dos antirretrovirais por mais 16 meses.
E, acreditem!, os exames feitos após esse período mostraram que as células imunológicas do homem continuam sem o receptor CCR5 e, portanto, livres do HIV.
O vírus está em remissão há 18 meses.
Ravindra Gupta explica: “Ao alcançar a remissão em um segundo paciente usando uma abordagem semelhante, mostramos que o Paciente de Berlim não era uma anomalia, e que foi realmente as abordagens de tratamento que eliminaram o HIV nessas duas pessoas”.
Segundo os autores do estudo, o transplante de medula óssea não pode ser considerado um tratamento para todos os pacientes de HIV — exceto aqueles que necessitem do procedimento por terem desenvolvido doenças como leucemia e linfoma.
Essa é uma cirurgia arriscada e que depende de doadores compatíveis.
Mas a boa notícia é que o sucesso conquistado pelo Paciente de Londres indica um caminho promissor para novas estratégias terapêuticas: evitar que o gene CCR5 se expresse no organismo.
Este blog de notícias sobre tratamentos naturais não substitui um especialista. Consulte sempre seu médico.
(Portal Cura pela Natureza)
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