Sábado, 17 de fevereiro de 2024
Foto: Agência Brasil
O socorro financeiro criado pelo governo federal na pandemia, que aumentou os valores do programa de transferência de renda e voltou a ter o nome de Bolsa Família no governo Lula, provocou um efeito colateral na economia.
O benefício turbinado de forma permanente contentou dois milhões de brasileiros que decidiram deixar o mercado de trabalho, segundo um estudo inédito da Genial Investimentos com exclusividade para a CNN.
O estudo foi atrás de uma resposta para um fenômeno recente na economia que instigou muitos economistas: a queda na taxa de participação da população economicamente ativa — aquela que tem uma ocupação ou está a procura de um trabalho, dentro da população em idade ativa, que considera todos os brasileiros aptos a trabalhar.
Os pesquisadores perceberam que essa redução da taxa de participação coincide com o período da maior alta histórica do Bolsa Família.
Até 2020, o programa de transferência de renda representava uma média de 19,8% do salário mínimo. Durante a pandemia, o auxílio emergencial passou para 42,6% da renda mínima até dezembro de 2022, quando já era auxílio Brasil.
No governo Lula, novamente batizado de Bolsa Família, o benefício chegou a 50% de um salário mínimo em setembro de 2023.
O economista-chefe da Genial Investimentos, José Marcio Camargo, explica os fatores que influenciaram esta mudança.
“Existe uma tradição da teoria econômica, que programas de transferência de renda, tendem a reduzir o incentivo do trabalhador a buscar novos empregos, mas é claro que isso depende do volume da transferência”, diz.
“Quando o Bolsa Família foi introduzido, a transferência era relativamente pequena, isso não justificaria parar de trabalhar. Mas quando você chega em metade do salário mínimo em um país que aproximadamente 50% dos trabalhadores ganham um salário ou menos, então o incentivo começa a ficar muito forte”.
Enquanto isso, desde setembro de 2022, os menos escolarizados foram a força de trabalho que mais perdeu participação no mercado de trabalho, como mostra a linha vermelha do gráfico abaixo que separou os trabalhadores pelo grau de instrução.
Para José Márcio, a escolha do beneficiário de não procurar trabalho porque recebe uma renda do governo é racional.
“Não é uma questão de estar com preguiça de trabalhar, não é esse o ponto. O trabalhador avalia o custo benefício de trabalhar, se o custo é maior que o benefício, ele não irá trabalhar, esse trabalhador é racional, a diferença não compensa o custo, se ele perder o benefício”, afirma.
Considerando todos os fatores, o estudo chegou à conclusão de que o aumento no Bolsa Família, de cerca de R$ 200 antes da pandemia para aproximadamente R$ 600 hoje, foi responsável por uma queda de 1,7 ponto percentual a mais da taxa de desemprego em 2023, ou seja, dois milhões de pessoas desistiram de uma ocupação, ou de procurar por uma — e deixaram de ser consideradas parte da população economicamente ativa.
A diferença pode explicar por que os modelos para prever a taxa de desemprego de 2023, que apontavam para um índice entre 8,5% e 9%, ficaram acima do registrado em 7,5% ao final do ano passado.
Os pesquisadores ainda atribuem a isso mais um fator. Enquanto os benefícios sociais tiveram forte aumento, houve queda do salário real em 2023 causada pela inflação, o que reduziu os incentivos para volta ao mercado de trabalho.
CNN Brasil
OPINIÃO DOS LEITORES
Governo para o povo turbina benefícios sociais


Já falava o saudoso Luiz Gonzaga, ” Mas doutô uma esmola a um homem qui é são ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão “. Esse é o resultado.
Todos sabem disso. Você chama uma pessoa pra trabalhar, o candidato a vaga vai logo dizendo pra não assinar a carteira de trabalho pra não perder algum beneficio que recebe do governo. Muitos preferem ficar desempregado pra não perder essas bolsas, o povo ficou mau acostumado.
Conheço muita gente nesta situação. Prefere ganhar menos do que sair para ganhar um salário mínimo que no final com os descontos fica bem pouco.
Como conheço pessoas que estão trabalhando e não querem que a carteira seja assinada com medo de perder a bolsa.
Tirou mais que 2 milhões da miséria e marginalidade também, mas isso vcs não falam, né?
Vc está onde homi de Deus…Pais bom da gota serena, aqui no Brasil só os doentes apaixonados pelo nine ladrao, propalam essa lorota, que não se confirma em canto nenhum.
Será que vc é do time da cervejinha? Burro eu noto que é, não pense que mulher (a do sexo feminino) gosta de troco mentiroso metido a sabido, as estatísticas mostram e ninguém desmente os números, apontam para o Brasil no buraco negro, igual Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, Nicarágua e a maioria absoluta dos países da africa.