Sábado, 15 de março de 2025
Uma fala forte, sem dúvida, mas dentro do jogo político. E a resposta, tanto de Alcolumbre quanto de Lindbergh Faria, atacando e ameaçando o deputado adversário, também estão dentro do jogo político.
O que causa espécie é a cobertura jornalística do evento. No Estadão, o repórter viu uma insinuação de que Alcolumbre formaria um “trisal” com Gleisi e Lindbergh. Dá uma olhada nos xuítes e vê se tem cabimento uma coisa dessas. Já no Valor, o xuíte do deputado já foi classificado de “machista”, assim, sem mais. Nem um “suposto” a fala do deputado mereceu.
Já é difícil brigar com o PT e seus aliados, que têm a capacidade de transformar uma fala machista de Lula em uma ofensa a Gleisi por parte de um deputado da oposição. Os caras são muito bons nesse tipo de bomba de fumaça. A coisa fica difícil quando os supostos guardiões da opinião pública distorcem a realidade que está diante dos nossos olhos. Se eu não fosse verificar os xuítes por mim mesmo, talvez entrasse nessa onda.
O mais preocupante, contudo, é a fala de Alcolumbre sobre “as pessoas agredirem as outras sem medir o que estão falando”. Em um ambiente em que o STF está discutindo a responsabilização das redes sociais sobre os conteúdos publicados, seria interessante entender qual seria o critério utilizado para determinar se este xuite poderia ou não permanecer no ar. É machismo acusar o presidente de machismo, ainda que com imagens fortes? Se o xuite pode ser retirado do ar por machismo, o que se faz com a fala do presidente? Ou o Palácio do Planalto virou terra sem lei? Com a palavra, os Supremos.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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