Domingo, 05 de janeiro de 2025
A investigação teve como ponto de partida a denúncia de um cidadão chinês, cuja identidade é mantida em sigilo. Ele teria vindo ao Brasil com uma promessa de emprego, mas acabou sendo surpreendido com o seu envolvimento no tráfico de drogas.
Na sequência, chineses foram presos com droga em um apartamento em São Paulo. Entre os presos estava Pikang Dong, conhecido pela alcunha “Rodízio”. A apreensão de seu celular revelou diálogos com traficantes de diversas nacionalidades.
Policiais acabaram descobrindo que os grandes destinatários da metanfetamina são hotéis e motéis de São Paulo, porque a droga tem sido usada para “sexo químico”. Conhecida como “chemsex”, termo em inglês, a prática consiste em apimentar o sexo com o uso de drogas. A metanfetamina tem um efeito que dura muitas horas e tem sido muito usada para este fim.
Nesse esquema, chineses produzem, mas também são grandes distribuidores das drogas fabricadas por mexicanos, apontadas como aquelas que têm a melhor qualidade, e de nigerianos, que são vistas como mais baratas e de qualidade inferior.
Todas essas ramificações ficaram claras nas mensagens do celular de Pikang Dong, e mais nítidas ainda quando policiais passaram a seguir investigados até locais de entregas, laboratórios, em encontros, além de obter dados de seus sigilos bancários — que evidenciaram transações entre eles.
Segundo a Polícia Civil paulista, o líder da metanfetamina entre nigerianos é Francis Philip. Transações via Pix para Francis foram encontradas no mesmo apartamento onde foram apreendidos os 2 kg da droga com os chineses. No celular de Dong, há conversas com subordinados de Francis sobre venda de drogas.
Com um traficante mexicano, chamado Guilhermo Fabian Ortiz, além de menções à venda de drogas, há fotos de armas que Dong negociou.
Guilhermo é engenheiro químico de formação e visto por investigadores como um dos maiores fornecedores de metanfetamina de São Paulo. Ele é conhecido como o “fantasma” por traficantes.
Em uma das trocas de mensagens, Ortiz diz a Dong: “Comprar de nigerianos custa 40, mas a qualidade não é boa, seria mais aceitável se fosse 50”. Dong responde: “Vou dar o preço que administro como fornecedor, que é 45 reais”.
Entre os mexicanos investigados, há, inclusive, um Hector apelidado de “Hector Salamanca”, que é um dos personagens traficantes da série Breaking Bad — e que inspirou o nome da operação policial.
A investigação permanece em andamento.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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