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terça-feira, 15 de julho de 2025

A "cartinha" de Barroso: A manifesta comprovação de uma democracia abalada

 Terça, 15 de julho de 2025

A recente manifestação do ministro Luiz Roberto Barroso, em "carta pública" sobre a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aumentar a taxação em 50% nos produtos exportados pelo Brasil, evidencia algo muito mais grave do que um suposto zelo pela Constituição ou ate mesmo pela democracia, mostra a erosão da separação entre os poderes no Brasil.

Ao se pronunciar “em nome da Constituição, da democracia e do Judiciário”, Barroso ultrapassa o papel que lhe é conferido pela própria Carta Magna.

Relações internacionais, inclusive comerciais, são atribuições exclusivas do Poder Executivo, exercidas por meio do Ministério das Relações Exteriores. A tentativa de protagonismo político por parte de um magistrado da Suprema Corte expõe a deformação institucional em curso.

A lembrança de que o mesmo ministro declarou, em um evento da UNE, que “derrotamos o bolsonarismo” reforça a percepção de que o Judiciário, ou ao menos alguns de seus membros, já não atuam com a imparcialidade esperada. Quando o juiz se comporta como parte política, a Justiça deixa de ser cega e passa a ser dirigida.

Essa confusão deliberada entre papéis revela um Judiciário cada vez mais ativista, que se distancia da técnica jurídica para abraçar discursos políticos. O risco disso é enorme: um Judiciário politizado deslegitima suas próprias decisões, corrói a confiança pública e interfere no equilíbrio entre os poderes.

Barroso, ao agir como chanceler, porta-voz da democracia e ator político, comprova o que muitos brasileiros já intuem, há algo profundamente errado com nossa democracia.

Foto de Henrique Alves da Rocha

Henrique Alves da Rocha

Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.


Fonte: Jornal da Cidade Online

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