Sábado, 25 de Fevereiro de 2023
Os sócios da JBS Foods, Joesley e Wesley Batista, esculhambaram o Brasil.
Corromperam, manipularam mercados, foram presos e soltos rapidamente, chegaram até a gravar um presidente. Por fim, saíram com uma multa pequena pelos danos que causaram. Se julgando intocáveis, mudaram para os Estados Unidos – porém num estado de direito sério, eles começam a se enrolar por lá.
De cara, estão sendo investigados por trabalho infantil análogo ao trabalho escravo. O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) está investigando se crianças empregadas ilegalmente como trabalhadoras noturnas em matadouros da JBS Foods nos estados de Nebraska e Minnesota são vítimas de tráfico humano.
Iniciada em agosto de 2022, a investigação do DHS concluiu que 31 crianças entre 13 e 17 anos estão exercendo atividades de alta periculosidade ou insalubres – algumas crianças apresentavam queimaduras nas mãos como consequência do trabalho executado.
Em janeiro desse ano, o grupo de ativismo ambiental Mighty Earth entrou com uma representação na Securities and Exchange Commission (SEC), a “CVM” americana, requerendo uma investigação sobre green bounds (títulos verdes – um ativo financeiro de cunho ambiental) no valor de U$ 3,2 bilhoes de dólares (cerca de R$ 16 bilhoes de reais).
Segundo a ONG os títulos são enganosos e fraudulentos.
É preciso reconhecer que esse Joesley não tem medo de viver perigosamente. Se Mighty Earth tiver razão quanto a fraude estamos falando de uma pena de 30 anos à prisão perpetua.
Depois de tudo que esse pessoal passou no Brasil, seria muita audácia.
A JBS também está numa lista negra dos ambientalistas – que, aliás, são muito mais fortes nos EUA – uma pesquisa do Institute for Agriculture and Trade Policy havia destacado que as emissões de gases combinadas de metano de 15 das maiores empresas de carne e laticínios do mundo são maiores do que as de vários dos maiores países do mundo, incluindo Rússia, Canadá e Austrália.
A JBS aparecia no topo da lista.
A (má) fama da JBS a precede. Em 2020 pagou uma multa de US$ 256,5 milhões a J&F se declarou culpada por violar a Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA) dos Estados Unidos.
Segundo promotores dos EUA, as propinas pagas por executivos da J&F para autoridades governamentais de alto escalão superaram US$ 150 milhões.
Joesley sempre foi considerado um empresário ‘esperto’, o que no Brasil é algo positivo.
E como a maioria da elite brasileira, ele é pouco afeito aos estudos. Em breve ele irá descobrir a profunda diferença entre nossa ética católica e a protestante que prevalece nos Estados Unidos. E ele não vai gostar.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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