A nefasta guerra cultural promovida pela esquerda para dividir o povo brasileiro acaba de ganhar mais uma frente de batalha – as pistas urbanas. A polarização dessa vez é entre motoristas e motociclistas.
Já colocaram as mulheres contra os homens, os gays contra os héteros, os negros contra os brancos, os pobres contra os ricos, sem contar as polarizações político/religiosas – tudo isso não passa de uma ardilosa manobra para não deixar o povo se unir.
O povo unido é imbatível – é gigante, porque se esse povo se volta contra o sistema, acabou o sistema. Não existe força militar ou estatal capaz de conter a fúria dos milhões de caboclos brasileiros.
Daí essa agenda cultural da esquerda patrocinada pela grande mídia do nosso país. O objetivo é dissociar, separar, dividir o povo. Inserem inúmeros interesses difusos na sociedade, enfraquecendo a união – a unidade. Dispersando a população no lugar de concentrar os ideais.
A mídia reproduz uma overdose de informação tendenciosa e direcionada que contamina o inconsciente coletivo e que dificulta a identidade do cidadão com o seu povo. Esses interesses difusos (criados ou incrementados pela agenda cultural da esquerda e da mídia), em conflito no seio social é que retardam ou enfraquecem as manifestações populares.
O povo unido tem força para virar a mesa, se liga nessa visão!
Já faz um certo tempo que a mídia vem criando um cenário de guerra entre motoristas e motociclistas, nas vias urbanas das grandes cidades do país. Chegou a vez do Rio de Janeiro.
Não é verdade. Não existe cenário de guerra e as mensagens subliminares entram no inconsciente coletivo, autorizados pelas discussões e acidentes de trânsito que presenciamos ao longo da vida. Essas matérias fomentam e conspiram para a real formação de animosidades entre motoristas e motociclistas.
O que há é uma falsa percepção da realidade. Assim como um único policial corrupto é capaz de manchar a imagem de toda a categoria, ainda que dez mil policiais atuem dentro da lei – da mesma forma um motociclista mal-educado induz o cidadão a julgar que todos sejam mal-educados também.
Não há guerra de motoristas contra motociclistas, o que há é uma sociedade mais estressada – e isso reflete no trânsito, imediatamente.
No caso do Rio de Janeiro, em particular, tanto os motoristas quanto os motociclistas são mal-educados no trânsito, fruto do descaso, de fata de políticas públicas voltadas para absorver o contingente de motociclistas profissionais que tomaram as ruas da cidade. Quantas vezes o Eduardo Paes foi prefeito da Cidade Maravilhosa? E ainda quer se reeleger...
Ele sabia o que viria pela frente, desde que a profissão do motoboy (motofretista, mototaxista e afins), foi regulamentada. Sua indiferença, sua falta de compromisso com o futuro da cidade, não qualificou o motociclista profissional para enfrentar o trânsito carioca. O resultado é esse.
Falta escola, falta educação no trânsito, tanto para o motorista quanto para o motociclista.
De outro lado, há décadas que a frota de motocicletas só cresce no país – hoje em situação de igualdade com o número de automóveis. Só que a Prefeitura do Rio parou no tempo e as vias públicas seguem sendo projetadas, sinalizadas e normatizadas, negando a realidade fática – o rebanho de motocicletas que tomou conta das pistas urbanas.
Portanto, não existe uma guerra declarada entre motociclistas e motoristas – estamos muito longe disso. Há sim, uma sociedade estressadíssima e um total descaso dos agentes de trânsito que não viabilizaram melhores condições para o tráfego intenso de carros e motos nas ruas da cidade.
É o golpe de mestre! No lugar de estampar a omissão do poder público, convenientemente criam mais uma guerra cultural para dividir o povo. Matam dois coelhos com um tiro só.
Agora o prefeito nervosinho, em plena campanha eleitoral, instituiu a primeira “faixa azul” na cidade, uma faixa exclusiva para motocicletas, que compreende um trecho da Lagoa-Barra, mais precisamente em São Conrado. Não gastou um centavo nesse projeto para inglês ver e já está nos holofotes da imprensa como um grande feito de Eduardo Paes.
A Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro não foi ouvida para a implementação da faixa azul, assim como também não foi ouvida quando o prefeito nervosinho resolveu suprimir uma das pistas de rolamento destinadas aos carros e motos na Avenida Brasil, para implementar o BRT.
Quanto às mudanças da Av. Brasil, a AMO-RJ teve a oportunidade de rechaçar esse projeto na sua totalidade, registrando sua oposição na audiência pública promovida pelo Legislativo, sob a presidência do Vereador Felipe Michel, da Comissão de Transportes da Câmara.
No que diz respeito a faixa azul, a sugestão da AMO-RJ, diga-se de passagem, uma Entidade de Utilidade Pública instituída por lei estadual, é de que ocupe a primeira faixa da esquerda da pista, com limite de velocidade igual ao dos automóveis, ou seja, 80 km por hora.
O limite de velocidade em 60 km/h, fará com que o apressadinho ocupe a pista dos carros e as ultrapassagens serão bem mais perigosas. Por outro lado, a pista azul inserida entre as duas pistas de rolamento destinadas aos automóveis expõe muito mais o motociclista ao risco de acidentes – a exposição é dobrada, daí a sugestão da pista azul ser implementada na primeira pista de rolamento da esquerda da via.
Fica a dica, prefeito.
Por fim, este é um assunto que nunca deveria ter sido politizado e utilizado como impulsionador de campanha eleitoral. Menos ainda virar palco para a guerra cultural. Estamos falando de vidas humanas. São pais e filhos de família, avôs e avós, que diariamente arriscam suas vidas no caótico e violento trânsito carioca. É uma pauta que merece muito mais atenção.