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O aumento nas alíquotas de ICMS trará custos para a classe trabalhadora que recebe salário mínimo no Rio Grande do Norte. É o que aponta um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do RN (Dieese/RN), o aumento de 18 para 20% no ICMS, em vigor a partir deste sábado (1º), absorverá cerca de 45.343 salários mínimos por mês em 2023. O estudo aponta que os potiguares terão sua renda tributada em mais R$ 198,91 no ano 2023, considerando a renda per capita no RN. Isso representa 15% do salário mínimo de R$ 1.302,00 em vigor.
O estudo, intitulado “Comportamento do ICMS no RN 2015/2026” traça uma análise das variações do principal imposto estadual e faz previsões acerca do imposto para os próximos anos, seja com a compensação federal em virtude da queda na arrecadação, seja sem os repasses da União. Segundo o estudo, o ICMS representou 77,5% da arrecadação de receita própria do Rio Grande do Norte em 2022, o que representou R$ 7,1 bilhões.
De acordo com o supervisor regional do Dieese/RN, Ediran Teixeira, o aumento de impostos adotado pelo Governo do RN penalizará a classe trabalhadora que menos recebe. Ediran avalia ainda que o reajuste da alíquota pode ser uma alternativa para determinados pleitos, como o piso dos professores, que estão em greve. “Há uma dificuldade do Estado na implantação dessa política quando o olhar é para o consumo, não tem esse olhar social mais amplo. Por outro lado, existe a necessidade do Estado de recompor receita. E esse é o caminho mais curto”, pondera.
“Quando olhamos as contas públicas, esse imposto pode beneficiar o trabalhador na medida que os servidores podem se apropriar desse valor e atender os pleitos dos servidores, como o piso dos professores. Esse valor cabe para reajustar o piso. Do ponto de vista da sociedade como um todo, quando você aumenta tributo, isso é um mal, se revelando quando se captura muitos salários mínimos. O ICMS é um imposto de consumo. Quem gasta com isso é trabalhador, que não poupa pois não consegue. Se você pegar a renda per capita, o reajuste vai tirar de cada potiguar R$ 198,01 em um ano. Para quem ganha um salário mínimo, isso é muito, representa 15%”, avalia.
Para o professor adjunto do Departamento de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Thales Medeiros, o ICMS é um imposto atrelado diretamente ao consumo e o aumento nas alíquotas interfere diretamente no poder de consumo da população.
“Devido a estrutura tributária brasileira ter um peso excessivamente sobre o consumo, esse sistema torna-se repressivo: os mais pobres sempre têm o peso maior da carga tributária do que os ricos”, aponta. O especialista citou dificuldades de se mensurar um valor específico sobre quanto cada potiguar irá pagar a mais de imposto e virtude de produtos terem maior “elasticidade” em relação a outros, aliado ao fato de que alguns setores possuem isenção de ICMS.
“O Estado tem demandas de aumento de gastos fortes. Tem que pagar os restos a pagar, há um débito com fornecedores e trabalhadores, tem demanda de expansão de gastos agora, como as demandas das diárias, da educação e saúde. A expansão das receitas não foi tão alta assim. A compensação pode ocorrer, estima-se perda de mais de R$ 400 milhões com as quedas de ICMS. O Governo sinaliza uma recomposição, que não seria suficiente, sem contar a possibilidade de aumentar o gasto. Então o governo acaba tendo que escolher: aumentar a arrecadação para compensar a expansão desses gastos demandados pela sociedade ou reter e lidar com esse peso para não aumentar a carga tributária”, complementa Thales Dantas, professor adjunto do Departamento de Economia da UFRN.
O estudo do Dieese sugere ainda que “as políticas fiscais atinjam outras massas de renda que tenham origem no trabalho e nas pequenas produções, ou que seja mais progressista, implementando aumento de carga tributária para quem tem sobrando”. Entre os exemplos estaria o aumento de impostos de carros de alto padrão, aeronaves, embarcações de uso privado como iates, lanchas e navios, transação de bens de alto valor, dentre outros.
Compensação da União
Nesta sexta-feira (31), em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, o secretário de Planejamento e Finanças do Rio Grande do Norte, Aldemir Freire, disse que o reajuste das alíquotas do ICMS é necessário uma vez que o RN teve uma queda de R$ 440 milhões entre agosto e dezembro de 2022 após as mudanças na legislação, segundo divulgação do próprio Governo do RN. Ele defende a aplicação até dezembro. Sem as novas alíquotas, Aldemir prevê uma receita de R$ 600 milhões para o RN em 2023, o que avalia como insuficientes “para o que o Estado tem de compromissos”.
“Minha posição é de que devemos manter a legislação, porque a compensação ainda não aconteceu de fato. Além da compensação não ser suficiente para todas as perdas, será dividida em três anos”, aponta Aldemir Freire. “O risco é maior se o estado quebra e não tem condições de honrar com os salários do que fazer esse aumento temporário de tributos, porque esse recurso vem e volta para o cidadão em forma de serviços, de saúde, educação, segurança, estradas”, disse o secretário.
Tribuna do Norte
OPINIÃO DOS LEITORES
Ainda tá com um índice alto de aprovação para um desastre de governo desse. Correspondente, exatamente, aos votos dos retardados que ele teve na eleição. O resto, a gente sabe como foi.
Eu queria que a folha fizesse esta pergunta para mim, porque se eu fosse vcs tinha um pouco de vergonha de divulgar tantos fake news.
Ciça se oriente, em que planeta você vive ou vegeta ? Se for na terra então me desculpe mas não acredito que você tenha juizo.
Como tem gente delirando ainda nesse Brasil, né dona Maria? Acorde pra jesus! Em qual mundo você vive? O governo desse bandido tá bom? Se oriente!