Sábado, 21 de Setembro de 2019
Em quarta semana de alta, índice atinge maior nível em dois meses e fica mais próximo de novo recorde
access_time20 set 2019, 18h07 - Publicado em 20 set 2019, 18h04more_horiz
Ibovespa (d3sign/Getty Images)
Impulsionado pela notícia de que os Estados Unidos retiraram tarifas sobre 400 produtos chineses, o Ibovespa ficou no azul por quase todo o pregão desta sexta-feira (20) e fechou o dia em alta de 0,46%, a 104.817,40 pontos. A pontuação é a maior da história para um fechamento semanal e representa uma quarta semana de alta consecutiva.
Embora o resultado tenha sido positivo, o índice chegou a entrar em forte queda por volta das 14 horas e a ficar no vermelho. A baixa abrupta também ocorreu em outros mercados e foi motivada pelo cancelamento da visita à área agrícola americana pela delegação chinesa. A bolsa brasileira conseguiu reverter as perdas, o que não ocorreu com os índices S&P 500 e Dow Jones, que fecharam em baixa de 0,49% e 0,59%, respectivamente.
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“Muito em função da preocupação com China e Estados Unidos, a Bolsa operou de forma meio aleatória hoje, mas fechou de forma positiva”, disse o economista-chefe do Modalmais, Álvaro Bandeira.
Segundo ele, fatores recentes fizeram com que o Ibovespa tivesse ganhos nessa semana. Um deles. Um deles é a chegada de recursos que saíram da renda fixa, que “rende muito pouco”. “De forma geral, teve uma busca por mais risco para tentar melhorar o retorno dos investimentos”. Outra razão é a volta de investidores estrangeiros para a Bolsa.
Para ele, o índice deve ter uma quinta alta semanal “sem muito esforço” na próxima sexta-feira (27). “O mercado vem de recuperação e o Ibovespa está tentado passar os 105 mil pontos. Mas, no exterior, o quadro ainda é de volatilidade, tensão e nervosismo”, disse Bandeira.
No pregão do dia, a maior alta do Ibovespa ficou a cargo da Braskem (BRKM5), que chegou a subir mais de 7% após o jornal Brazil Journal noticiar que a Odebrecht, dona de 50,1% das ações votantes da petroquímica, contratou o banco Lazard para vender sua participação da empresa. O ativo fechou o dia com valorização de 5,30%.
A intenção de se desfazer do ativo é antiga. No primeiro semestre, o mercado esperava que a fabricante de produtos químicos holandesa LyondellBasell comprasse a participação da Odebrecht em um negócio que girava em torno de 41 bilhões de reais. No entanto, a insegurança proveniente da situação financeira da Odebrecht e o fato da Braskem estar associada à empreiteira baiana que esteve no centro das investigações da Lava-Jato contribuíram para o acordo não sair.
As ações da Braskem têm tido um ano de perdas e acumula baixa de 31,85% no período. Nesse mês, por outro lado, os papéis da petroquímica ensaiam recuperação e acumulam alta de 14,42%.
Com notícias sobre a peste suína se espalhando para a Rússia e Coreia do Sul no radar, os frigoríficos também tiveram pregão de alta nesta sexta. Incluída no Top 5 de estrategista do Itaú BBA, a ação da JBS subiu 4,25%. Os papéis da Marfrig avançaram 4,46% e foram a 11 reais um dia depois de o Bank of America cravar 12 reais como preço-alvo do ativo.
Por outro lado, as ações ordinárias da Eletrobras tiveram caíram 5,78%.As baixas ocorrem após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, dizer na véspera que os senadores não estão dispostos a aprovar o projeto de privatização da companhia.
Ao longo do ano, se formou uma grande expectativa sobre a possível privatização da estatal que fez suas ações se valorizarem quase 70% no período.
Tem gente mais preocupada com o fogo na Amazônia que no seu próprio Estado kkkk