martins em pauta

sábado, 20 de maio de 2023

Policiais são decretados por facções pelo fato de morarem em comunidades dominadas por elas

 Sábado, 20 de Maio de 2023

Foto: reprodução

O Sargento da reserva Ionaldo Soares da Silva (foto), de 57 anos não teve nenhuma chance de escapar da morte, pelos menos dez tiros atingiram o policial que morava no bairro Felipe Camarão, região onde uma facção criminosa atua. A mesma facção também está instalada em outras comunidades de Natal e da Grande Natal e possui como um dos principais objetivos retirar policiais de suas moradias onde vivem nesses endereços.

Esta realidade incide em uma esfera latente e preocupante, que já foi noticiada várias vezes em Natal, agentes de segurança pública do Estado e suas famílias que simplesmente foram expulsos de casa por essas facções.

Em um dos casos, no bairro de Mãe Luiza, outro Sargento teve que sair as pressas com esposa e filhos para não ser morto, pois a presença dele comprometia o fortalecimento da organização e por isso o PM teve que ir embora do bairro e ficar sob proteção na academia de polícia e o restante dos familiares sob cuidados.

Embora o comando da Polícia Militar não concorde com essa grave denúncia, os fatos registrados nos últimos dez anos, quando essas facções começaram a tomar força no RN, comprovam que de fato estamos diante de uma guerra, para alguns silenciosa e para outros gritante.

Portal BO

OPINIÃO DOS LEITORES

  1. ” já foi noticiada várias vezes em Natal, agentes de segurança pública do Estado e suas famílias que simplesmente foram expulsos de casa por essas facções.” Fonte, por favor. Isso é muito grave e é amplamente noticiado em Fortaleza, mas aqui parece que começou agora. NOTICIEM todos os casos, ou vão ficar só na lorota.
    “na Paraíba bem ali, bandidos não dão cria”, claro que dão, Okaida e EUA mandam lembranças, tocam o terror. Todavia, os policiais da PB são bem PIOR remunerados, então nesse caso eles estão fazendo mais que os do RN.

    1. E foi Bolsonaro quem trouxe a penitenciária federal para o RN? Vc é apaixonada por ele?

    2. Isso que é entender de politica e administração pública…tá de parabéns….

  2. Secretário de segurança e comando da PM siquer manda a polícia saturar essas comunidades denominadas por facções

  3. Polícia sem moral essa do RN, na Paraíba bem ali, bandidos não dão cria, porque os policiais são pau pra dá em doido, aqui se cria , dá cria e tudo mais. Não tem amparo e respaldo por parte dessa governadora sem noção

  4. Dificilmente veremos o retorno da lei e da ordem. O Nine é seus seguidores transitam bem nos territórios sombrios.

  5. O comando não concorda? Mas é uma realidade. E as autoridades não tão n ai pra esses policiais. A polícia do Brasil tem que parar pra que as leis de segurança mudem.

  6. Atirar e matar policiais e cidadãos, pode. Atirar ou qualquer outra atitude contra criminosos, será punido rigorosamente por esse governo corrupto e criminoso.

  7. A bandidagem manda é desmanda, enquanto não mudarem as leis ultrapassadas, nossos policias serão vítimas de mãos atadas…

“Governo não vai reestatizar a Eletrobras”, diz Alckmin

Sábado, 20 de Maio de 2023

Foto: reprodução CNN Brasil

O ministro da Indústria e Comércio e vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nesta sexta-feira (19) que o governo não quer uma reestatização da Eletrobras.

Alckmin é presidente interino, enquanto Lula participa do encontro do G7. “O que o governo contesta é o fato de ter 43% das ações e só poder ter 10% do conselho. Então, geralmente, quando você tem uma empresa, você tem uma proporção no conselho proporcional aos donos da empresa, quem tem capital. É apenas isso, não vai reestatizar a Eletrobras”, disse depois de criticar o modelo de privatização que, segundo ele, foi feito no “meio na correria”, em entrevista ao programa “Caminhos de Abilio Diniz” da CNN Brasil.

Em 11 de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que “vai brigar muito” para reaver o direito de voto na empresa, privatizada em 2022 durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo Lula, houve “bandidagem” e “crime de lesa pátria” nas condições de venda da empresa de energia.

Poder 360

Justiça suspende concurso para ingresso de praças na PM

Sábado, 20 de Maio de 2023

Em uma ação civil pública com pedido de tutela antecipada, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve a suspensão do concurso público para ingresso no curso de formação de praças da Polícia Militar potiguar, cujo exame de habilidade musical estava previsto para esse domingo (21) e o exame de avaliação de condicionamento físico estava previsto para iniciar na segunda-feira (22).

Na ação, o MPRN demonstrou que não foi observada a obrigatoriedade de o certame público contemplar provas objetivas e/ou escritas mais de redação e ainda de capacidade física, de forma a garantir o preparo técnico dos candidatos para o exercício da função pública, proporcionando assim à Administração Pública a aferição, qualificação e seleção dos candidatos mais capazes a exercer as suas respectivas funções.

A suspensão em questão trata do fato de o edital do concurso público para praças da PM não observar as leis estaduais que estabelecem a obrigatoriedade de prova de redação na primeira etapa do certame. Esse concurso é para provimento de 1.128 vagas para ingresso no Curso de Formação de Praças (CFP) e 30 vagas para ingresso no Curso de Formação de Praças Músicos (CFP – Mus) da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, que é realizado por intermédio do Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC).

Na decisão, a Justiça potiguar reforça as provas são etapas cumulativas e obrigatórias do certame e a ausência de qualquer uma delas, é contra lei. Assim, a ausência de previsão de aplicação de prova de redação é ilegal. A Justiça frisa ainda que “é imperiosa a participação de todos os candidatos nas provas de caráter eliminatório e classificatório, de forma a garantir a avaliação do desempenho de cada participante, os quais certamente obterão notas distintas”.

A prova objetiva deste concurso foi aplicada em 16 de abril deste ano, com resultado definitivo divulgado no site do concurso em 15 de maio, mesma data em que os candidatos foram convocados para o Exame de Habilitação Musical (Aluno Músico) e o Exame de Avaliação de Condicionamento Físico (Aluno Músico e Aluno Soldado) a serem realizados, respectivamente, no dia 21 e no período entre 22 e 31 de maio de 2023.

Clique aqui para ler a íntegra da decisão judicial.


Fonte: Blog do BG

Porte de drogas: STF pode definir parâmetros para diferenciar usuário e traficante; entenda

Domingo, 21 de Maio de 2021

Foto: Jack TAYLOR / AFP

Quase oito anos depois de iniciar o julgamento, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode voltar a discutir na próxima semana a descriminalização do porte de drogas para consumo próprio.

Até agora, há três votos para considerar inconstitucional um trecho da Lei de Drogas que trata do assunto, mas há divergências entre eles sobre a forma da fazer isso.

O processo tem repercussão geral reconhecida, ou seja, o que for decidido terá que ser seguido por tribunais de todo o país.

Além da criminalização ou não do porte, um ponto-chave do julgamento é se será definida uma maneira objetiva de diferenciar usuário e traficante. Especialistas apontam que a falta dessa definição na lei atual abre espaço para tratamentos desiguais.

O julgamento sobre o porte de drogas foi iniciado em agosto de 2015, mas foi interrompido por um pedido de vista (mais tempo mais análise) do então ministro Teori Zavascki. Após a morte de Zavascki, em 2017, o caso foi repassado para Alexandre de Moraes, seu sucessor.

Moraes liberou o processo para julgamento em novembro de 2018. Desde então, entrou e saiu da pauta algumas vezes. Quando a análise for retomada, Moraes será o primeiro a votar.

A ação questiona a constitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas, de 2006, que estabelece ser crime “adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar”.

O ponto de partida foi a condenação de um homem que foi pego com três gramas de maconha dentro da cela onde estava preso. Ele foi condenado por porte, e a Defensoria Pública recorreu até o caso chegar ao STFF.

Em 2015, o relator, Gilmar Mendes, votou para considerar inconstitucional o artigo 28 da lei, o que na prática descriminaliza o porte de drogas para uso pessoal. Gilmar manteve as sanções previstas na lei, mas determinou que elas devem ter caráter apenas administrativo, e não penal. Além disso, no caso específico do processo, o ministro voltou pela absolvição do acusado.

— A criminalização da posse de drogas para uso pessoal conduz à ofensa à privacidade e à intimidade do usuário. Está-se a desrespeitar a decisão da pessoa de colocar em risco a própria saúde — afirmou Gilmar em seu voto.

Os dois ministros que votaram a seguir — Edson Fachin e Luís Roberto Barroso — votaram pela descriminalização do porte apenas da maconha, por ter sido essa a droga apreendida no caso em análise. Eles, no entanto, divergiram sobre uma questão central: a quantidade que diferencia um usuário de um traficante.

Fachin propôs que essa quantidade deve ser definida pelo Legislativo. Já Barroso sugeriu um número: 25 gramas de maconha. Esse valor, no entanto, não seria um parâmetro rígido, e poderia ser reavaliado por cada juiz, que precisaria fundamentar sua decisão. Sobre esse ponto, Gilmar optou por não definir uma quantidade.

O caso foi incluído na pauta da próxima quarta-feira no STF. Entretanto, não há a garantia de que será julgado, porque há outros itens na pauta. O primeiro é a conclusão da ação penal em que o ex-presidente Fernando Collor é réu. Depois, há um processo que trata sobre regras de desempate no STF. Há a possibilidade de a ação sobre o porte de drogas ser transferida para quinta-feira.

O Globo

Deltan diz que vai ‘lutar até o fim’ para tentar reaver o seu mandato

Sábado, 20 de Maio de 2023

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou em entrevista exclusiva ao Estadão que vai recorrer até o fim para manter seu mandato na Câmara. Nesta semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o parlamentar paranaense alegando que ele violou a lei da Ficha Limpa. Deltan disse que a decisão da Corte foi fraudada. “Eu roubei, me corrompi, abusei, torturei? Não”.

Para ele, a preservação de seu mandato depende de uma decisão política do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL, a quem Deltan ainda pretende recorrer para assegurar que a decisão do TSE não seja aplicada automaticamente. “O maior medo que eu tenho é a perda da fé das pessoas na democracia”.

A votação que cassou o mandato de Dallagnol durou um minuto e seis segundos, se considerado o período entre o fim do voto do ministro Benedito Gonçalves — relator do caso — e a proclamação do resultado. O deputado perdeu o cargo por unanimidade, com base na Lei da Ficha Limpa, mas ainda cabe recurso.

“Hoje sou eu, amanhã são outros parlamentares”, afirmou.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista ao jornal.

O TSE errou ao cassá-lo?

Com certeza o TSE errou. O TSE inventou uma inelegibilidade que não existe na lei. A legislação é objetiva e clara. É inelegível o membro do Ministério Público que sai na pendência de processo disciplinar. Isso não existia no meu caso, não existia nenhum processo disciplinar. A Constituição orienta que restrições de direitos fundamentais não podem ser interpretadas de modo extensivo.

Houve um abuso na interpretação da Lei da Ficha Limpa?

O TSE criou uma hipótese, um caso de inelegibilidade imaginário, que não está previsto em lei, em cima de quatro suposições. A primeira é de que eu teria saído do Ministério Público por conta de um risco de inexigibilidade. A segunda é de que isso aconteceu porque existiam reclamações disciplinares que poderiam se converter em PAD (Processo Administrativo Disciplinar). A terceira é de que PADs poderiam gerar condenação. A quarta é de que algum PAD poderia gerar condenação. Ou seja, é como se eu fosse punido por um crime que eu não cometi, mas poderia cometer no futuro. Ou ainda pior, é como se eu fosse punido por uma possibilidade de que, no futuro, eu fosse exonerado. Como explicar para a sociedade brasileira que Lula, condenado em três instâncias por corrupção, está elegível e com mandato e que Deltan, que não foi investigado, acusado e processado criminalmente, muito menos acusado administrativamente, porque não existia PAD, se tornou inelegível? Como explicar essa absurda contradição? O TSE alegou que eu fraudei a lei, mas está muito claro que quem fraudou a lei foi o TSE. Certamente foi (um julgamento) político.

O ministro Benedito Gonçalves afirma que o senhor teve o “intuito” de manobrar a lei.

O que eles fizeram foi um exercício de leitura de mente e que, por si só, não era suficiente. Teve que ser combinado com uma futurologia. Eles precisaram, primeiro, supor uma intenção e somar a três possíveis desdobramentos cumulativos. Isso não é possível porque não existe essa hipótese prevista na lei. Hipóteses de inexigibilidade não podem ser estendidas, segundo entendimento pacífico das Cortes Superiores, não podem ser alargadas pela interpretação ou pelo julgador.

A Lava Jato, comandada pelo senhor, acusou Lula de ter uma “real intenção” de adquirir o triplex no Guarujá. Por que no caso do presidente a intenção pode ser levada em consideração e, no seu caso, não?

As duas situações são completamente diferentes. Lula foi acusado de praticar um crime e condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Quando você avalia o cometimento de crime por alguém, você avalia se a pessoa agiu com consciência e vontade, o dolo. Algumas pessoas vão traduzir como intenção. A minha situação é completamente diferente. Eu não pratiquei um crime. Nenhuma conduta que eu fiz está prevista na lei como inexigibilidade. É totalmente diferente. O comportamento dele (Lula) se enquadra perfeitamente num crime descrito na lei. No meu caso, o meu comportamento não se enquadra em nenhuma inexigibilidade descrita na lei. Eles (TSE) tiveram que estender a lei. É como se eu estendesse o crime de corrupção para situações que não são corrupção para enquadrar alguém. Essa decisão do TSE cria uma punição para onde o Direito não prevê. Os meus advogados estavam dizendo: “é impossível deixarem inelegível dentro do Direito. Você só vai se tornar inelegível se for uma decisão muito política”. Todo mundo me dizia isso, eu não acreditava que isso pudesse acontecer.

O senhor foi pego de surpresa?

Eu fiquei absolutamente surpreso. Não só pela decisão, mas por ela ter acontecido em 66 segundos e contrariando todas as posições unânimes dos membros do Ministério Público e dos julgadores que tinham atuado antes nesse caso.

Quando o senhor pediu exoneração, havia sindicâncias e reclamações que poderiam virar PAD.

É uma espécie de procedimento preliminar que é, simplesmente, uma capa dada a um pedido feito contra mim no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Todas as semanas, nós sofríamos reclamações disciplinares de pessoas e partidos investigados na Lava Jato. Nós respondemos a dezenas, a centenas de reclamações disciplinares. Agora, elas só são convertidas em processo disciplinar quando existe viabilidade e fundamento. Quantos foram convertidos? Dois. Eu roubei, me corrompi, abusei, torturei? Não. Fui punido por críticas ao Supremo Tribunal Federal e ao (senador) Renan Calheiros. Sem excesso de linguagem, sem ofensa. Dentro dos limites da crítica, da democracia.

O senhor pediu exoneração para evitar que esses procedimentos virassem PAD e impedissem sua candidatura?

Não. Essas reclamações já estavam pendentes há meses. Eram remanescentes de mais de 50 reclamações que foram arquivadas paulatinamente no CNMP. Algumas ficaram, por exemplo, porque eram baseadas em notícias do The Intercept. Se alguma pudesse conduzir à minha demissão, a minha exoneração não poderia ter ocorrido. Existe uma regra que diz que quando um servidor responde a um procedimento que pode gerar sua demissão, ele não pode se exonerar. Eu pedi minha exoneração depois de receber um convite do (ex-senador) Álvaro Dias para lutar por mudanças no Brasil ao lado de Sérgio Moro que voltava ao Brasil para ser candidato à Presidência da República. A minha entrada na política dependia de uma série de negociações com os partidos. Conversei com o Novo, o Republicanos, o Podemos e o União Brasil. Isso não podia ser feito enquanto eu estava no Ministério Público, porque existe uma vedação de atividade político-partidária. Eu saí para poder manter conversas partidárias e isso precisava acontecer antes do prazo de filiação que era 6 meses antes da eleição. Além disso, existia uma narrativa de que promotores ou procuradores se afastavam da carreira muito perto das eleições quando se deveria existir uma quarentena maior. A tudo isso, se somou a reflexão que eu fiz com a minha família em que a gente entendeu que depois de toda a reação do sistema corrupto, eu não conseguiria mais lutar contra a corrupção dentro do Ministério Público.

Vai recorrer ao Supremo?

Sim.

Nesta semana?

Essa questão está sendo definida pelos nossos advogados. Estão estudando as possibilidades, redigindo as peças. Nós vamos recorrer até o fim, vamos lutar até o fim. Não se trata de Deltan, se trata de três causas: a defesa da democracia, do voto e da soberania do povo. A segunda é conter a juristocracia, (que é) o avanço judicial sem base na lei nas competências de outros poderes ou sobre as liberdades. A terceira é garantir que o combate à corrupção não vai ser enterrado no Brasil.

O senhor agora está sofrendo com uma interpretação abrangente da lei, que era algo muito criticado nos métodos da Lava Jato?

Na Lava Jato, as críticas sobre supostos excessos eram que as pessoas discordavam sobre onde exatamente estava a linha da lei. Alguns achavam que estava um pouco para cá, outros achavam que estava um pouco para lá. Nessa discussão, sujeita à interpretação sobre onde está a linha da lei, algumas pessoas falaram: “olha, eles pisaram na linha, eles foram um pouco para lá”. Naturalmente, os advogados sustentavam isso. Contudo, neste tipo de situação, de abuso de Direito, como definiu (o jurista) Miguel Reale (Jr.), de risco à democracia, como disse a Transparência Internacional, de decisão combinada, como disse (o ex-ministro do STF) Marco Aurélio (Mello), você não questiona se passou um pouco do limite da lei. A lei ficou lá atrás, ficou lá longe. Está completamente fora da lei.

O senhor volta a trabalhar na Câmara nesta semana?

A partir da decisão (do TSE), da comunicação que foi feita ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) e à Câmara, o procedimento será da minha notificação. Em seguida, terei prazo de cinco dias para apresentar uma defesa sobre aspectos formais. Isso vai para o corregedor da Câmara, que vai apresentar um parecer. Esse documento será submetido à Mesa (Diretora). Estima-se que isso aconteça nos próximos 10, 15 dias. Contudo, a implementação da decisão pode ser imediata ou pode demorar meses ou anos. Isso depende muito da vontade e da visão política, especialmente, do presidente (da Casa).

O presidente da Câmara, Arthur Lira, não defendeu o senhor publicamente nem se manifestou contrariamente à decisão do TSE.

Estou buscando marcar um encontro com ele para eu apresentar as razões pelas quais eu entendo que, não só é uma decisão injusta, mas que não deve ser executada de imediato pela Câmara dos Deputados antes de um posicionamento do Supremo Tribunal Federal. Especialmente, quando você está tratando de algo tão sagrado da democracia que é a soberania popular e o voto de 345 mil pessoas. É preciso que o Parlamento defenda os parlamentares, defenda a soberania do voto.

Se a Mesa Diretora cumprir a decisão e o senhor tiver que deixar o mandato, o que fará daqui para frente?

Eu não estou traçando um plano B agora. Muitas pessoas vieram expressar sua solidariedade e abrir portas, trazer possibilidades. Mas a única possibilidade que eu vejo hoje é lutar com unhas e dentes para honrar a confiança das 345 mil pessoas que votaram em mim. O TSE passa o ano inteiro das eleições falando sobre o valor e a importância do voto. No ano passado, em especial, defendeu firmemente a segurança das urnas eletrônicas. Contudo, agora, fora da lei, o que eles fazem é anular 345 mil votos. O maior medo que eu tenho é a perda da fé das pessoas na democracia.

O TSE vai cassar o senador Moro?

Seria um exercício de especulação. O que eu vejo sendo pavimentado é um caminho para cassação não só de Sérgio Moro, mas de vários outros parlamentares. O que se fez esta semana foi ultrapassar as linhas para cassar alguém que é visto como um adversário político do atual governo e alguém contra quem o atual presidente queria vingança. Hoje sou eu, amanhã são outros parlamentares.

O senhor conversou com Moro?

Sim. Ele expressou solidariedade, irresignação e se colocou à disposição para ajudar e apoiar a mim e à minha família de modo pessoal e profissional naquilo que a gente precisasse. Respondi que, neste momento, nós estamos focados em construir uma solução para o mandato possa ser preservado. Ele se colocou à disposição para ajudar.


Máfia das apostas atuou para manipular jogo do Flamengo dentro do Maracanã

Sexta, 20 de Maio de 2023

Reprodução


A partida já não valia mais nada. Era a última rodada do Campeonato Brasileiro de 2022. O Avaí, de Santa Catarina, estava rebaixado. O Flamengo só cumpria tabela. Mas havia uma atmosfera especial no Maracanã, templo máximo do futebol brasileiro, porque era a despedida de dois ídolos rubro-negros, Diego Alves e Diego Ribas, integrantes do time multicampeão que empilhou títulos a partir de 2019, sob o comando do técnico Jorge Jesus.

Nos bastidores, porém, a quadrilha recém-descoberta que aliciava jogadores para manipular partidas e ganhar dinheiro em sites de apostas se movia intensamente. Queria fazer daquele jogo despretensioso, na tarde do sábado 12 de novembro, uma oportunidade de faturar alto. Sim: a máfia das apostas tentou manipular uma partida do Flamengo, em pleno Maracanã, na divisão mais importante do campeonato nacional.

As evidências da tentativa de manipulação estão em uma série de documentos, obtidos com exclusividade pela coluna, que constam da investigação na qual o Ministério Público de Goiás tenta mapear e punir criminalmente os envolvidos nas fraudes.

Os prints reunidos pelos investigadores são só o começo. A partir deles, descobrimos que a trama não ficou apenas nas mensagens trocadas entre os suspeitos de integrar a quadrilha. Seguindo à risca o plano que aparece desenhado nos diálogos, um emissário do grupo chegou a visitar o hotel onde a delegação do Avaí estava hospedada, na orla do Rio, horas antes da partida.

As mensagens que tratam desse jogo, especificamente, estão perdidas em meio ao amontoado de indícios coletados durante a fase ostensiva da investigação. Não é possível saber, até o momento, se o episódio está sendo esquadrinhado pelos promotores encarregados do caso. Se não está, certamente merecerá uma atenção especial. Até porque, nessa mesma partida, há pelo menos mais um outro indício que, de alguma forma, se conecta com as mensagens e precisará ser averiguado com lupa.

É o caso de um gol contra bizarro marcado por um zagueiro do Avaí (veja abaixo). Até então, apesar da situação um tanto inusitada, parecia um acidente de percurso. Mas, diante da eloquência das mensagens que agora vêm a público, ainda que se prove depois que não havia conexão nenhuma com o esquema (e até para que não pairem suspeitas indevidas), será fundamental investigar mais detidamente os envolvidos.

As primeiras mensagens relacionadas à partida foram trocadas na véspera. Romário Hugo dos Santos, conhecido como Romarinho, conversa com uma pessoa de nome Beatriz, a quem chama de “amor”. Ex-jogador do Palmeiras, preso desde abril, ele já foi denunciado à Justiça. É apontado como um dos cabeças do esquema, responsável por aliciar jogadores e por financiar os subornos.

Romarinho avisa Beatriz que teria de viajar às pressas, naquela mesma noite, para o Rio de Janeiro (leia as mensagens na galeria). A tarefa a ser cumprida por ele era cirúrgica. Pelo teor do diálogo, o ex-jogador teria um compromisso em São Paulo na manhã do dia seguinte — tanto que ela envia para ele, pouco depois, um bilhete aéreo para retornar à capital paulista ainda na manhã de sábado.

“Vou precisar ir lá no Rio de Janeiro mano”, escreveu, às 20h21. “Eu arrumei uma parada lá pra uns caras aqui. Vou precisa ir lá. (…) Jogador. Vou ganhar agora 150 mil. Mais as apostas”, escreveu. Beatriz reage com estranhamento e faz algumas perguntas. Logo em seguida, o ex-jogador encaminha para ela a mensagem que revela o plano relacionado à partida que seria jogada no dia seguinte no Maracanã.

A própria mensagem, que inclui as coordenadas para a “missão” a ser cumprida por Romarinho no Rio e menciona uma recompensa de R$ 800 mil adiantados “no pix”, se refere à trama como “Operação Avaí x Flamengo”.

Diz o texto:

“OPERAÇÃO AVAÍ x FLAMENGO

2 zagueiros e 1 Goleiro

TOMAR 5 GOLS

R$ 800.000,00 Adiantado!

No pix, na hora.

Encontrar MARLON (meu fechamento) junto aos jogadores, no HOTEL HILTON COPACABANA às 7:00 da manhã!”

A mensagem dá a entender que Romarinho era o emissário escolhido pelo grupo das apostas para levar adiante uma operação que já havia sido previamente combinada por uma terceira pessoa, que não aparece identificada no diálogo.

Os R$ 800 mil seriam a comissão, adiantada, a ser paga a quem topasse participar da empreitada, que novamente de acordo com a mensagem envolveria dois zagueiros e um goleiro um objetivo: “tomar cinco gols”. Nesses exatos termos, porém, o objetivo não chegou a ser alcançado. O Avaí acabou ganhando do Flamengo por 2 a 1. Não se sabe, porém, se havia outras “metas” que interessavam aos integrantes da máfia e poderiam resultar em ganhos nos sites de aposta.

A coluna apurou, a partir do cruzamento de dados como números de telefone, que o tal Marlon com quem Romarinho deveria se encontrar no hotel é Marlon Bruno Nascimento da Silva, um ex-jogador de futebol de 27 anos com passagens por pequenos clubes brasileiros. Apurou também que o Hilton Copacabana, um cinco estrelas localizado entre Copacabana e o Leme, na orla carioca, é exatamente o hotel onde a delegação do Avaí estava hospedada no Rio.

Procurado, Marlon confirmou que esteve na manhã de 12 de novembro, dia do jogo, no hotel. Disse que foi encontrar “um amigo”. “Fui falar com um amigo meu que tava (sic) lá”, disse. Ele negou que tenha ido ao local para falar com jogadores do Avaí. Diante da insistência das perguntas, desligou o telefone. Em nota, o Avaí diz não ter qualquer relação com Marlon Bruno.

O gol contra

Só as investigações poderão esclarecer se há alguma relação com as mensagens colhidas pelos investigadores, mas agora, com a descoberta da trama envolvendo a partida, chama atenção um gol contra marcado por Wellington Ferreira Nascimento, um dos zagueiros do Avaí.

O jogador, que está até hoje no clube catarinense, abriu o placar aos 42 minutos do primeiro tempo. Em um cruzamento de Vidal, do Flamengo, o zagueiro avança sobre a bola e cabeceia para dentro do próprio gol. Minutos depois, o Avaí fez 1 a 1. Já no final do segundo, virou o placar.

O Avaí e as suspeitas

Não é a primeira vez que jogadores do Avaí aparecem relacionados. O clube já sofreu duas baixas em razão do escândalo. Dois jogadores estão afastados atualmente: Raphael Rodrigues e Vinícius José Ignácio, conhecido como Didi, ambos zagueiros.

O nome de Raphael aparece em uma tabela com valores de supostos pagamentos. Além disso, em um áudio enviado por aplicativo de mensagem em outubro do ano passado, um dos participantes da quadrilha fala em “os vinte do Raphael do Avaí”. Na semana passada, o Avaí afastou Didi, também mencionado nas investigações por ter conversado com um dos operadores do esquema.

Investigações prosseguem

O Ministério Público de Goiás já apresentou acusação formal à Justiça contra 26 participantes do esquema, incluindo jogadores e responsáveis pelas apostas fraudulentas.

Na denúncia, os promotores afirmam que o grupo atuou para manipular pelo menos 16 jogos, todos do segundo semestre de 2022 para cá. Ao menos 11 jogadores foram afastados por seus times e sete foram demitidos. Nesta semana, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD, suspendeu por 30 dias oito dos atletas envolvidos. As investigações prosseguem.

O que dizem os envolvidos

Na nota enviada nesta tarde à coluna, o Avaí afirmou que nunca tomou conhecimento de qualquer tentativa de manipulação da partida contra o Flamengo e ressaltou que afastou dois jogadores mencionados nas investigações. O clube disse ainda que nunca teve relação com Marlon Bruno, a pessoa que de acordo com a mensagem Romarinho deveria encontrar no hotel onde estava hospedado o time.

O clube afirmou também que desconhece a existência de qualquer relação entre Marlon e os seus atletas, dirigentes e integrantes da comissão técnica. “O Avaí não foi acionado judicialmente a se manifestar sobre o assunto e, se assim ocorrer, irá prestar os esclarecimentos”, diz o texto. “Também estamos estudando medidas judiciais para resguardar o clube de possíveis danos”, prossegue.

Em nota divulgada após a deflagração da segunda fase da Operação Penalidade Máxima, como foi batizada a investigação do Ministério Público, a defesa de Romarinho afirmou que o ex-jogador é inocente.

O zagueiro Wellington Ferreira, autor do gol contra na partida contra o Flamengo, também foi procurado por meio da equipe de comunicação do Avaí, mas não respondeu às perguntas até a publicação desta reportagem.

 

Metrópoles 

Wolney França é oficialmente o novo presidente da FECAM/RN

Sábado, 20 de Maio de 2023

Divulgação 


O vereador Wolney França, presidente da Câmara de Parnamirim, foi empossado como presidente na Federação das Câmaras Municipais do Rio Grande do Norte (Fecam/RN) nesta sexta-feira (19), na FIERN, no Auditório Albano Franco, com a presença de várias autoridades do estado. Eleito para o biênio 2023/2025, o vereador é o primeiro parnamirinense a assumir o cargo.

“Vai ser uma honra representar não só meu município, Parnamirim, mas todo o Rio Grande do Norte. Assumimos esta missão com muito orgulho e esperamos exercer uma gestão transparente e eficiente na presidência da Fecam”, afirma Wolney França.


Contato : (84) 9 9151-0643

Contato : (84) 9 9151-0643