Quinta, 09 de Fevereiro de 2023
É inacreditável que alguém que presidiu a nação por oito anos ainda não entenda os conceitos mais primários de economia e as relações simbióticas entre consumo, demanda, inflação, juros – e de como as declarações desastradas do mandatário impactam imediatamente nos mercados.
Na quinta-feira, 04, o petista afirmou que pode rever a autonomia do Banco Central quando terminar o mandato do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto. Declaração que, claro, derrubou a Bolsa de Valores e provocou uma alta do dólar que vinha em queda.
"Quero saber do que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão (Campos Neto) terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o banco central independente", disse Lula em entrevista à RedeTV.
A grande imprensa especializada – que em sua maioria fez o ‘L’ no segundo turno de 2022 – reagiu chocada. O comentarista da Jovem Pan, Samy Dana, disse que toda economia desenvolvida como Suécia ou Suíça tem Banco Central independente e lembrou que nos Estados Unidos o Banco Central (Federal Reserve) é independente desde sua criação em 1913, ou seja, há cento e dez anos. Dana citou o exemplo do autocrata da Turquia, Recep Erdogan, que tentou intervir na economia do país e a inflação explodiu.
Lula se mostra impaciente com freios como ‘teto de gastos’, ‘meta inflacionária’, ‘lei das estatais’ e ‘independência do Banco Central’ – mas todas essas ferramentas foram criadas exatamente por causa dele, Lula.
Para proteger o país de loucuras como gastos desenfreados, financiamento de países decadentes e ditaduras, ou de obras faraônicas e intermináveis cujo principal objetivo é alavancar esquemas de corrupção.
Só agora, passadas as eleições, Lula critica a taxa e juros e a independência do BC com frequência, afirmando que a instituição não faz mais do que quando seu presidente era trocado sempre que um novo governo assumia. Durante a campanha, no entanto, Lula afirmou, mais de uma vez, que não pretendia propor uma legislação que revertesse a autonomia do BC.
Preocupante.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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