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sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Jatinho usado por Lula faz malabarismo para fugir da Receita

Sexta, 18 de Novembro de 2022

Para saber os passos dos bilionários de passado duvidoso é só seguir os seus jatinhos.

O Golf600 matrícula americana N600DJ revela os passos do seu polêmico proprietário José Seripieri Filho.

Desta vez foi impossível esconder os passageiros que estavam sendo transportado.

O Delta Juliette não possui matrícula nacional, mas pertence a um brasileiro.

A Receita Federal andou apreendendo aeronaves que adotavam este expediente, de manter registros no exterior e andarem por aqui com viagens camufladas.

Alguém duvida hoje da credibilidade do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin? Ainda mais agora que ele é o chefe da transição? Pois, foi o ex-governador de São Paulo que deu a dica para a Receita Federal.

“O avião não foi emprestado, porque o dono do avião está junto.”

Não há dúvida. A aeronave que realiza voos regulares saindo de São Paulo e Rio deveria ter uma matrícula nacional. Há 10 anos, em 2012, a RF apreendeu sete jatos de luxo no dia 20 de junho, em uma operação realizada em conjunto com a Polícia Federal nos aeroportos de Congonhas, na zona sul de São Paulo, Viracopos, em Campinas, no interior do Estado, e Galeão, no Rio de Janeiro. As aeronaves eram importadas de maneira irregular e, segundo a Receita Federal, o esquema resultou na sonegação de R$ 192 milhões em impostos.

Segundo a Receita, na época, os importadores se aproveitavam de acordos internacionais que permitem que aeronaves estrangeiras de empresas ou de cidadãos do exterior, em viagens de turismo, possam passar até 60 dias no país sem pagar impostos.

A Receita Federal alegou que os brasileiros envolvidos no esquema compravam uma empresa de fachada no exterior e remetiam dinheiro para ela.

Essa empresa celebrava um contrato com um banco americano para que ele registrasse o avião nos Estados Unidos. Pelo contrato, a aeronave era matriculada nos EUA como se fosse do banco.

Curioso o histórico do N600DJ. No dia 10 de novembro, a aeronave decolou de São Paulo para Tapachula no México, provavelmente levando a esposa do Júnior, a apresentadora de um programa de viagens e gastronomia, Daniela Filomena, da CNN Brasil. Nas redes sociais, aparecem esta semana gravações realizadas por ela naquele país. No dia 10, voo de Tapachula para Toluca, perto da Cidade do México. No dia 12 de novembro voou de volta a São Paulo onde pousou às 6:48 do dia 13.

No dia 14, a aeronave decolou para o Egito as 7:30 da manhã levando o presidente eleito, Luíz Inácio Lula da Silva, a sua esposa Janja, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad e a comitiva de assessores, deixando a aeronave na ribalta e surgindo os primeiros questionamento sobre sua operação irregular.

É possível sincronizar os voos para destinos turísticos com as postagens de Daniela Filomena, mas há alguns voos curiosos.

No dia 14 de janeiro, voo de Miami para Genebra, conhecido paraíso fiscal, retornando uma semana depois. No dia 20, voo da Suíça para Miami. No dia seguinte, 21, fez Miami/Lisboa. No dia 22, Lisboa novamente para Genebra. No dia 29, Genebra/Milão e no dia 30, Milão /São Paulo.

Para fugir da legislação brasileira o avião foi transladado para Montevidéu, onde ficou parado 23 dias.

Em fevereiro chegou em São Paulo no dia 23 e decolou para a cidade do Porto, em Portugal, no dia 25. Fez voos internos em Portugal e retornou a São Paulo em 06 de março. Voou novamente para o Uruguai. Lá permaneceu uma semana longe do fisco brasileiro e retornou no dia 18 de março para um voo na América Central. Deste misterioso aeroporto, decolou em direção a um destino inusitado, a Libéria, na Costa Rica, retornando dia 28 para o Brasil.

Ficou novamente 15 dias em Montevidéu aguardando o seu prioritário. A partir de agosto o avião trocou a sua espera na cidade por Assunção, no Paraguai, que passou a ser sua base pra aguardar as novas viagens dos proprietários brasileiros com os seus tripulantes.

***

Ao transportar o presidente eleito do Brasil em uma viagem de longo curso, como carona, José Seripieri Filho, cria um embaraço ético.

A aeronave usada faz um malabarismo geográfico para ficar longe do alcance da lei brasileira e não pagar impostos de importação. Pode ser legal, mas abre uma brecha para discutir a moralidade do malabarismo. Além deste jato de longo curso, ele possui aeronaves no Brasil para voos domésticos e um super helicóptero, aliás foi em uma aeronave de sua prioridade, que fazia um teste após a revisão, que faleceu o filho de Lu e Geraldo Alckmin.

Para Lula não há conflito éticos. Este favor é igual ao que recebeu da Oi, que instalou uma super antena no sítio em Atibaia, o mesmo reformado pela Odebrecht.

Também aceitar e aprovar uma cozinha modelada para um triplex fantasma ou ter todo o acervo da sua passagem pela presidência em uma empresa de guarda volumes pago pela mesma empreiteira, a antiga OAS.

Na campanha de 2002 Lula usou jatos cedidos pela TAM, presidida na época por Daniel Mandelli Martin e na presidência tentou dividir a Varig entre o seu patrocinador e a família Constantino, com as bênçãos de José Dirceu. Aliás, neste capítulo ‘aviação’, o seu advogado Cristiano Zanin Martins e sua esposa Valeska Zanin Martins, foram os intermediários do fundo Matlin Patterson que assumiu a VRG e garantiu milionários honorários.

Texto de Cláudio Magnavita

Publicado originalmente no Correio da Manhã

Fonte: Jornal da Cidade Online

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