Rosalba emite indícios de apoio a prefeito

Cedida

Rosalba Ciarlini vem mantendo relação amistosa com Francisco José Júnior

O isolamento político que vem sendo imposto pelo seu partido, o Democratas, está levando a governadora Rosalba Ciarlini a mostrar que poderá tomar caminhos diferentes do que pensa o presidente nacional do DEM, senador potiguar José Agripino Maia. E tal indício veio ontem, em Natal, em evento administrativo. A governadora Rosalba Ciarlini chamou a deputada federal Fátima Bezerra (PT) de "nossa senadora". Explique-se que DEM e PT são mais que rivais políticos no plano nacional, mas a decisão de Agripino poderá refletir seriamente no seu projeto para este ano, de escantear Rosalba e priorizar a formação da chapa proporcional.

Com isso, o reflexo e a leitura que se tem é que Rosalba poderá ampliar o nível de rebeldia e deixar de lado o aspecto da fidelidade partidária - algo que ela tem deixado entender que deve ser levado em consideração pelo presidente do seu partido - e adotar postura mais contundente com relação a Mossoró.

É que ao chamar a deputada federal Fátima Bezerra de "nossa senadora", Rosalba Ciarlini deixa margens para especulação de que poderá deixar de lado o aspecto político e o discurso de que apoiaria a candidatura da prefeita afastada Cláudia Regina (DEM) na eleição suplementar e anunciar apoio ao prefeito interino Francisco José Júnior (PSD).

Seguindo o raciocínio de que José Agripino tem escanteado Rosalba e de que Cláudia Regina é apadrinhada política de Agripino, a governadora pode simplesmente dar o troco ao presidente nacional do Democratas e abandonar Cláudia Regina politicamente.

É uma possibilidade bem real. Até porque José Agripino tem trabalhado para esvaziar o Governo Rosalba Ciarlini. Prova disso é que vários filiados ao DEM e que estão em cargos de confiança no Governo do Estado ameaçam debandar. Alguns até já anunciaram saída, como o secretário estadual dos Recursos Hídricos, Leonardo Rêgo; e o diretor do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), Carlson Gomes.

Ontem a jornalista e blogueira Thaísa Galvão informou que outros democratas estão de "malas prontas" para deixar o governo: os secretários Esdras Alves e Demétrio Torres. Esdras segue Agripino. Daí o entendimento que existe articulação do presidente nacional do DEM para esvaziar o Governo Rosalba Ciarlini.

E mais: ao chamar Fátima Bezerra de "nossa senadora", a governadora democrata Rosalba Ciarlini pode estar externando a sua "carta de alforria" do DEM. Ela sempre deixou claro que apoiaria e votaria na presidenta Dilma Rousseff (PT). E como o PT está apoiando Francisco José Júnior em Mossoró, tudo leva a crer que Rosalba estaria disposta a seguir nessa linha: deixar Cláudia de lado e declarar apoio ao prefeito interino. Assim fazendo, estaria externando todo o seu descontentamento com relação ao tratamento que vem recebendo de José Agripino Maia.

Em recente visita à região, o presidente nacional do DEM fez críticas a forma como a chefe do Poder Executivo conduz a gestão estadual. Ao conceder entrevista coletiva, durante recepção na residência de praia da ex-prefeita Fafá Rosado, José Agripino chegou a dizer que há tempos não dialogava a respeito de política tanto com a governadora Rosalba Ciarlini quanto o chefe da Casa Civil, ex-deputado Carlos Augusto Rosado.

As declarações de José Agripino foram interpretadas como um distanciamento político do presidente nacional da legenda e a chefe do Poder Executivo norte-rio-grandense. Há 15 dias, o parlamentar e dirigente nacional do Democratas reiterou tudo que foi dito em sua visita a Tibau, incluindo as dificuldades de relacionamento com a governadora.

Fonte: Gazeta do Oeste