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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Fiocruz monitora um caso suspeito e um confirmado de ‘doença da vaca louca’

 Quinta, 11 de Novembro de 2021

Foto: Getty Images

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) monitora dois casos de DCJ (doença de Creutzfeldt Jakob), uma doença neurodegenerativa popularmente conhecida como “doença da vaca louca”. Um dos pacientes teve o diagnóstico confirmado e o outro ainda está sendo investigado.

Segundo o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, a suspeita é de que os dois pacientes tenham a chamada “forma esporádica” da doença, sem relação com o consumo de carne bovina contaminada com a Encefalite Espongiforme Bovina (EEB).

O Ministério da Agricultura também emitiu um comunicado confirmando que as suspeitas não estão associadas ao consumo de carne, afastando temores de um possível impacto nas exportações brasileiras.

As duas pessoas estão internadas no Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19, da Fiocruz. Um dos pacientes é de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Segundo a prefeitura, o paciente da cidade é um homem de 55 anos de idade que apresentou no final de outubro sintomas de demência e ataxia, que é a perda ou irregularidade da coordenação muscular.

A outra pessoa afetada, a que ainda não teve o diagnóstico confirmado, é, segundo a secretaria estadual de Saúde do Rio de Janeiro, uma mulher de 59 anos que também teve seus primeiros sintomas em outubro. A agência Reuters havia apurado que ela é moradora de Belford Roxo, também na Baixada Fluminense, mas a informação não foi confirmada pela secretaria estadual de Saúde.

A prefeitura de Belford Roxo ainda não respondeu aos questionamentos enviados pela reportagem do UOL.

O que é DCJ (doença de Creuzfeldt Jakob), “doença da vaca louca”

A DCJ é uma doença que ataca o sistema nervoso central, causando demência e anormalidades nos movimentos. Ela é fatal.

Essa doença tem cinco formas diferentes de transmissão.

A primeira e mais recorrente (responsável por cerca de 85% dos casos) é a “esporádica”, quando não existe uma fonte infecciosa conhecida nem evidência no histórico familiar no paciente, como no caso suspeito em Duque de Caxias.

Entre 10% e 15% dos casos são hereditários, resultado de uma mutação genética.

As outras três maneiras de transmissão são muito mais raras.

Uma delas seria consequência do uso de instrumentos neurocirúrgicos ou eletrodos intracerebrais contaminados durante cirurgias de transplantes. Outra, pela ingestão de carne de gado portador da doença da vaca louca, com a variante vDCJ. A Grã-Bretanha também já registrou um caso de transmissão da vDCJ por meio de uma transfusão sanguínea.

Histórico da doença no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, de 2005 (quando foi instituída a vigilância da DCJ no Brasil) a 2014, foram identificados 603 casos suspeitos da doença. Nenhum deles era da variante vDCJ.

No entanto, no início de setembro deste ano, a exportação de carne bovina para a China foi suspensa após casos suspeitos serem identificados em Minas Gerais e no Mato Grosso.

Nos anos 1980 e 1990, um surto da DCJ no Reino Unido resultou na morte de dezenas de pessoas e levou ao abatimento de quatro milhões de animais.

UOL

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Contato : (84) 9 9151-0643

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