Quinta, 13 de novembro de 2025
Uma das promessas de campanha de Tarcísio de Freitas era acabar com a Cracolândia. A exemplo do túnel Santos-Guarujá, da privatização da Sabesp e do monotrilho de Congonhas (que deve ser finalmente inaugurado ano que vem), Tarcísio entregou mais uma promessa de vários governos.
No caso da Cracolândia, um mix de ações, incluindo o fim da favela do Moinho (quartel-general do tráfico no centro), policiamento ostensivo e assistência social operaram o “milagre” que, aparentemente, só estava à espera do santo certo.
Não que não haja resistências. Se não houvesse, o problema já estaria resolvido há muito. Por exemplo, Tarcísio teve que brigar com o governo federal para realocar as famílias da favela, pois o terreno é federal. Ou a Defensoria Pública, que reclama que a dispersão dos usuários dificulta o seu atendimento (?!?).
Mas o presidente da República ou os defensores públicos não moram na região. Os moradores mesmo, por outro lado, aplaudem a iniciativa. Alguns poderão dizer que os usuários de drogas também são cidadãos e podem ficar onde quiserem na cidade. É verdade, desde que cumpram regras mínimas de convivência civilizada com seus vizinhos, o que, certamente, não é o caso.
Para terminar, chama a atenção o protagonismo do vice-governador Felicio Ramuth nesse assunto. Trata-se de uma vitrine e tanto, e Tarcísio não iria apontá-lo à toa. 2026 está aí, e Ramuth certamente faz parte do tabuleiro da sucessão.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.
Fonte: Jornal da Cidade Online

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