Quarta, 12 de novembro de 2025
Em reação, o Ministério da Defesa da Venezuela colocou suas forças armadas em "prontidão operacional completa", com um "destacamento massivo" que inclui tropas terrestres, aéreas, navais, fluviais e de mísseis, além da Milícia Bolivariana.
O Pentágono confirmou oficialmente a chegada do porta-aviões à área de operações do Comando Sul das Forças Armadas americanas, sem revelar sua localização exata. Sean Parnell, porta-voz do Departamento de Defesa, afirmou que a embarcação "reforçará a capacidade dos Estados Unidos para detectar, vigiar e desarticular os atores e atividades ilícitas que comprometem a segurança e a prosperidade do território americano e nossa segurança no hemisfério ocidental".
A presença do USS Gerald Ford complementa outras operações militares americanas na região. Washington reativou uma base em Porto Rico que estava fechada há 23 anos e realizou pelo menos quatro missões com bombardeiros próximas à costa venezuelana desde o início das tensões.
Os EUA têm conduzido operações contra embarcações supostamente ligadas ao narcotráfico no Caribe, acusando Maduro de liderar um cartel de drogas – acusação negada pelo presidente venezuelano. Essas ações militares resultaram em 75 mortes desde setembro. O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, divulga regularmente vídeos desses ataques em suas redes sociais.
As intenções exatas do presidente Donald Trump ao enviar o porta-aviões para a região não foram esclarecidas. Veículos de imprensa americanos, citando fontes anônimas do governo, indicam que a Casa Branca considera diversas opções estratégicas, incluindo operações da agência de inteligência em território venezuelano para remover Maduro do poder.
As propostas em análise pelos assessores de Trump variam entre uma invasão completa da Venezuela e ataques direcionados a instalações militares específicas para enfraquecer o apoio ao governo Maduro e forçá-lo a renunciar ou deixar o país.
Maduro tem adotado postura variável diante da pressão americana. Suas declarações alternam entre ordens de mobilização militar e apelos por paz direcionados a Trump. O líder venezuelano busca apoio de nações como Rússia, China e Irã, tradicionais rivais dos Estados Unidos.
Na última sexta-feira (7), a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, declarou que Moscou "está pronta para atender os apelos da Venezuela por ajuda" caso a situação militar se agrave. Permanece incerto, porém, como e se a Rússia e outros adversários dos EUA interviriam em um possível conflito entre Washington e Caracas.
As operações militares americanas no Caribe têm recebido críticas internacionais. Um analista comentou sobre as ações dos EUA: "É assim que, em geral, atuam nos países sem lei aqueles que se consideram acima da lei".
Na declaração final da cúpula entre União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, realizada na segunda-feira (10), os participantes pediram "segurança marítima e estabilidade regional no Caribe", em crítica indireta à administração Trump. O documento também defendeu a realização de "eleições livres e transparentes" na Venezuela.

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