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sexta-feira, 22 de julho de 2022

Alunas acusam professor da Escola de Música da UFRN de assédio

Sexta, 22 de Julho de 2022

Foto: UFRN/Divulgação

Alunas da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte acusaram um professor do departamento de assédio. O fato foi exposto nesta quinta-feira (21) pelo Diretório Central dos Estudantes da UFRN (DCE-UFRN) através das redes sociais.

Segundo a publicação, o docente, que já teria sido denunciado por assédio moral e sexual na Ouvidoria da instituição em 2018, estaria perseguindo cinco alunas. De acordo com o texto, uma das discentes passou a ter fortes crises de ansiedade após sofrer com assédio moral e constrangimentos em público desde o retorno presencial neste ano de um projeto de extensão. A aluna acabou faltando as aulas devido ao seu estado de saúde.

“Infelizmente, esse retorno veio acompanhado de diversos casos de assédio direcionados especialmente às mulheres”, diz a publicação.

Ainda segundo o DCE, a aluna chegou a denunciar o ocorrido aos seus superiores e teria sido novamente assediada moralmente e acusada de estar mentindo. “[…]Escutou que estava mentindo, que não rendia nas performances pelos problemas de saúde pessoais e que isso não tinha relação alguma com as violências que vinha sofrendo […]. Nessa mesma ocasião, após ser agredida verbalmente, essa aluna (bolsista remunerada), comunicou que estava considerando sair do projeto pois não aguentava mais tanto descaso. A Coordenadora Geral do mesmo interviu e pediu que ela refletisse sobre essa decisão com mais calma”, diz a nota.

A aluna ainda teria sofrido represálias após tentar denunciar o professor e teve sua bolsa, que era remunerada, cortada, perdendo as condições de se manter na universidade. Segundo o diretório, as vítimas teriam tomado todas as medidas institucionais possíveis e acabaram conseguindo nesta quarta-feira (20) uma reunião com o setor de humanização da Pró Reitoria de Gestão de Pessoas da UFRN (PROGESP) e os membros projeto para traçar soluções em comum.

De acordo com a publicação, uma das pessoas presentes na reunião mantém uma relação pessoal com o professor acusado de assédio e teria tentando atrapalhar as tratativas sobre o assunto. A nota diz ainda que apesar de haver mais de 6 denúncias institucionalizadas e 10 informais contra o mesmo professor nenhuma providência foi tomada pela universidade.

“Defendemos uma universidade livre de assédios e segura pras mulheres. É necessário que a UFRN, considerada uma das melhores universidades do país, reflita sua excelência também na política de combate ao assédio e isso perpassa por além de amparar as vítimas, punir seus assediadores e levar as denúncias na Ouvidoria para frente! São diversos os casos de descaso. Chega de acobertar assédios, UFRN!”, finaliza o diretório.

O que diz a UFRN

Por meio de nota, a UFRN pontuou que casos específicos não podem ser informados ao público em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A universidade disse ainda que desenvolve ações no intuito de prevenir e oferecer suporte às pessoas denunciantes de casos de abuso sexual e moral, no âmbito da instituição de ensino. A instituição destacou que em junho deste ano foi instituído o Grupo de Trabalho pelo Enfrentamento ao Assédio Sexual na UFRN, com o objetivo de identificar e sugerir medidas institucionais de curto, médio e longo prazo para prevenir e combater o assédio sexual, além de outras violências de gênero.

Veja a nota completa:

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolve ações no intuito de prevenir e oferecer suporte às pessoas denunciantes de casos de abuso sexual e moral, no âmbito da instituição de ensino. Em junho deste ano, foi instituído o Grupo de Trabalho pelo Enfrentamento ao Assédio Sexual na UFRN, com o objetivo de identificar e sugerir medidas institucionais de curto, médio e longo prazo para prevenir e combater o assédio sexual, além de outras violências de gênero. Seguem outras iniciativas da Universidade:

1) A Comissão de Humanização das Relações de Trabalho tem caráter interdisciplinar e é composta por servidores de diferentes áreas de atuação, como Serviço Social, Psicologia, Administração, Direito, entre outras. A ação tem o intuito de promover ações de natureza educativa e preventiva acerca das violências relacionadas ao trabalho (incluindo assédio sexual e moral); atuar como suporte diante dos problemas ou conflitos nas relações laborais; e analisar as demandas com indícios de violências no trabalho, agindo para cessá-las, oferecendo suporte e/ou encaminhando os envolvidos;

2) Capacitações sobre temáticas ligadas à prevenção de violências, como “Mediação de Conflitos”, “Gestão de Conflitos”, “Gestão das Emoções”, “Assédio Moral (Sensibilização e instrumentalização para combater o assédio moral)”, “Diversidades Afetiva, Sexual, Racial, Religiosa, entre outras (combate aos múltiplos preconceitos)”;

3) Cartilha “Assédio Moral – Conheça e aprenda a combater”: https://progesp.ufrn.br/cartilhas/assedio/quadrinho2/cartilha_texto_final.pdf ;

4) Comitê UFRN com Diversidade (em fase de reativação), que tem o objetivo de propor ações transversais, interdisciplinares e intersetoriais de enfrentamento à violência de gênero e a todos os tipos de preconceito e intolerância (machismo, racismo, lgbtqia+fobia, capacitismo, gordofobia, etc);

5) Treinamento Introdutório para Servidores e Programa de Atualização Pedagógica para Docentes (PAP), abordando a temática do assédio.

6) A Ouvidoria da UFRN é um canal para manifestações, via Plataforma FalaBR: https://ouvidoria.ufrn.br/ .

7) A Divisão de Segurança Patrimonial (DSP) também oferece canais de comunicação, nos telefones 08000 84 20 50 e (84) 99193-6471 ou no aplicativo “Smart Campus Seguro”.

Em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), casos específicos não podem ser informados ao público.

98 FM Natal / Blog do BG

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