Sexta, 22 de Julho de 2022
O governador do estado, Carlos Moisés, fazia uso do avião ambulância Arcanjo 06, enquanto um bebê precisava ser socorrido com urgência.
De acordo com os deputados estaduais Bruno Souza (Novo) e Jessé Lopes (PL), que tiveram acesso ao diário de bordo, na segunda-feira (18) um bebê de três meses em estado grave, após ter sido espancado, precisou ser transferido de ambulância de Caçador a Florianópolis. O avião ambulância não foi utilizado, pelo fato de estar em Caçador, mesma cidade da criança em estado grave. A aeronave estava a serviço do governador e de outras autoridades.
Em função disso, a viagem da criança até a Capital durou cerca de 6 horas.
A demora no atendimento pode ter sido preponderante para o desfecho do caso. O bebê não resistiu.
Segundo o diário de bordo, o Arcanjo 06 chegou na tarde de segunda-feira, 18 de julho, em Caçador e saiu às 01h da madrugada de 19 de julho. Durante o mesmo dia 18, a equipe médica após concluir que o quadro da criança era gravíssimo, decidiu pela transferência, porém, tentaram sem sucesso a disponibilidade do avião.
Eis o que disse o deputado Bruno Souza:
“Enquanto uma criança brutalmente espancada precisava de transporte, o avião ambulância, que deveria estar disponível para uso da saúde, estava com o governador e alguns deputados fazendo campanha. Isso é absurdo”.
Imagem obtida no Instagram, mostra o governador fazendo uma selfie em um evento político.
Outro lado
O governo do estado alega ser falsa a acusação.
De acordo com Bruno Barros, coordenador médico do Grupo de Resposta Aérea de Urgência (GRAU), além de não ter chegado nenhuma solicitação para transporte aéreo do bebê, a gravidade do caso não permitiria esta opção.
“As aeronaves são preparadas para o transporte de pacientes em situação grave, mas com quadros estáveis. Elas não possuem configuração para atendimentos emergenciais como era a situação do bebê”, diz Barros.
O coordenador médico ressalta ainda que durante o transporte da vítima pela Ambulância de Suporte Avançado (USA), o paciente sofreu três paradas cardiorrespiratórias e teve a chance de ser reanimado, manobra que não poderia ser feita dentro do avião, por exemplo. O bebê chegou com vida ao Hospital Infantil Joana de Gusmão.
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