martins em pauta

sábado, 9 de abril de 2011

Wellington tinha interlocutor, com quem falava sobre religião e jogos eletrônicos de guerra



RIO - A troca de e-mails de Wellington Menezes de Oliveira está sendo analisada pela equipe da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Além da quebra do sigilo do correio eletrônico do assassino, os investigadores conseguiram rastrear um blog feito por Wellington, que usava a página na Internet para disseminar mensagens desconexas sobre religião e jogos como GTA e Counter Strike (CS), onde o jogador municia a arma com auxílio de um Speed Loader, um carregador rápido para revólveres, usado por ele no massacre de alunos na Escola Municipal Tasso da Silveira. Nos dois jogos, acumula mais pontos quem matar mulheres, crianças e idosos.

O fascínio de Wellington por jogos violentos também aparece no caderno apreendido na casa onde ele vivia desde outubro, em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio. Nas páginas, textos curtos e incoerentes, assim como os do blog, misturam islamismo, cristianismo, terrorismo e jogos eletrônicos. Há entre os escritos diversas referências ao atentado de 11 de setembro em Nova York e ao líder da Al-Qaeda Osama Bin Laden.

Há ainda no caderno trechos onde Wellington cita a intenção de realizar uma ataque aos impuros. O trecho remete à carta encontrada com o assassino pelos PMs, que interromperam o massacre na escola. No bilhete, além de instruções de como deveria ser sepultado, Wellington dizia que seu corpo não poderia ser tocado por impuros.

Um perfil de Wellington está sendo traçado pelos policiais da DRCI com base em centenas de e-mails que ele trocou com um homem ainda não identificado durante três meses de 2010. Nas conversas eletrônicas, Wellington fala com seu interlocutor sobre seu interesse em jogos eletrônicos violentos. Assim que for identificado, a pessoa que trocava e-mails com ele será chamada a depor. A delegada Helen Sanderberg, titular da DRCI, afirma que ainda é cedo para fazer qualquer comentário sobre o perfil do assassino, mas garantiu que as investigações estão no caminho certo.

— Não há como afirmar que o assassino tenha qualquer relação com a religião islâmica, embora faça comentários sobre isso na internet. O que posso dizer é que a investigação, a partir, de agora será toda na rede mundial — disse Helen.
Ação planejada pelo computador

A delegada confirmou que a Justiça decretou a quebra do sigilo de todos os IPs usados por Wellington nos empregos por onde passou.

— Vamos agora enviar ofícios para todas as empresas, para que enviem para nós informações sobre Wellington — afirmou Helen.

Os e-mails analisados até o momento foram enviados e recebidos por Wellington entre 17 de agosto e 18 de outubro do ano passado. Ele usou o computador de uma empresa de alimentação para acessar a internet. A DRCI também trabalha para tentar recuperar informações contidas na CPU do computador achado na casa do assassino em Sepetiba, que foi parcialmente queimado.

Uma espécie de força-tarefa foi montada por determinação da chefe de Polícia Civil, Marta Rocha, para investigar o caso. Além das equipes da Divisão de Homicídios (DH) e da Delegacia de Repressão aos Crimes na Internet (DRCI), atuam na investigação a Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (DRAE) e do Departamento Geral de Polícia Técnico-Científica.

As equipes envolvidas na investigação analisam os passos de Wellington nos últimos oito meses, logo após a morte de sua mãe de criação. Desde então, ele ficou ainda mais introspectivo e se mudou para Sepetiba, evitando os irmãos, que vivem em Realengo. A polícia acredita que, ao se mudar, Wellington começou a planejar o ataque.

Na sexta-feira os revólveres utilizados por Wellington, e as 66 cápsulas disparadas, além de um cinturão e um carregador de munições, foram apresentados. De acordo com o delegado Felipe Ettore, da DH, Wellington usava as duas armas, um revólver calibre 38 e outro 32, ao mesmo tempo. A Drae foi incumbida de investigar a procedência dos revólveres. Segundo Ettore, até o momento, sabe-se que uma das armas foi roubada em 1994 de um sítio. O outro revólver está com a numeração raspada.

Fonte: Voluvia

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contato : (84) 9 9151-0643

Contato : (84) 9 9151-0643