Quinta, 29 de agosto de 2024
Foto: FBI/Divulgação
O FBI, a polícia federal americana, divulgou nesta quarta-feira imagens da arma usada por Thomas Crooks no atentado contra o candidato à Presidência dos EUA, Donald Trump, em julho. A agência ainda investiga as circunstâncias em torno do ataque, um dos mais graves ocorridos no país em décadas, e que ressaltou falhas nos modelos de segurança de autoridades no país. Mas o inquérito ainda tem um grande ponto de interrogação: o que levou Crooks a atirar contra o republicano?
— Até este momento momento, o FBI não identificou um motivo nem quaisquer co-conspiradores ou associados de Crooks com conhecimento prévio do ataque — disse, na abertura de entrevista coletiva, Robert Wells, iretor assistente executivo do Departamento de Segurança Nacional do FBI. — E quero ser claro: não vimos nenhuma indicação que sugira que Crooks foi direcionado por uma entidade estrangeira para conduzir o ataque. Como sempre, continuaremos a seguir todos os passos investigativos lógicos nesta investigação em andamento e não descartamos nada neste momento.
Em seguida, o FBI divulgou imagens da arma: um fuzil modelo A-15, calibre 5.56x45mm/.223, fabricado pela empresa DPMS – Panther Arms, além de uma coronha retrátil e uma mira ótica. Também foram reveladas imagens de uma mochila, usada para transportar as armas, e de dois explosivos improvisados encontrados no porta-malas do carro do atirador.
“O receptor para detonação remota estava na posição ‘desligado’; os dispositivos apresentavam vários problemas na forma como eram construídos”, apontou o FBI. Anteriormente, investigadores afirmaram que o plano de Crooks envolvia usar os explosivos para fugir depois de atirar no ex-presidente. Um detonador foi encontrado perto do corpo do atirador, que foi morto depois de efetuar os disparos.
Foto: FBI/Divulgação
No dia 13 de julho, durante um comício ao ar livre em Butler, na Pensilvânia, Donald Trump foi atingido de raspão por uma bala de fuzil semiautomático tipo AR-15 na orelha, provocando um sangramento local, mas sem risco à sua vida. Uma pessoa que estava na plateia, o bombeiro Corey Comperatore, foi morto, além do atirador, Thomas Crooks, de 20 anos. O ataque provocou a queda da diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, levou à criação de uma comissão bipartidária no Congresso, e foi usado por Trump e seus apoiadores, de forma quase messiânica, para impulsionar sua campanha à Casa Branca durante a Convenção Nacional Republicana, iniciada dias depois.
Durante a entrevista coletiva, Kevin Rojek, agente do escritório do FBI de Pittsburgh, confirmou que Crooks mantece “um esforço detalhado e sustentado para planejar um ataque a algum evento, o que significa que ele analisou qualquer número de eventos ou alvos” — no mês anterior ao atentado, ele fez cerca de 60 buscas relacionadas a Trump e ao presidente, Joe Biden, incluindo sobre as datas das Convenções Nacionais dos dois partidos.
Foto: FBI/Divulgação
A decisão foi tomada no começo de julho, quando o republicano confirmou o comício em uma zona rural da Pensilvânia, em Butler. Segundo o agente, Crooks já havia feito buscas sobre a agenda de campanha do ex-presidente no estado em setembro de 2023, muito embora ele não tenha expressado simpatia por qualquer ideologia ou linha partidária.
— O indivíduo se registrou para participar do comício e, no mesmo dia, ele pesquisou especificamente por “Quão longe [Lee Harvey] Oswald estava de [John] Kennedy?”, “De onde Trump falará no Butler Farm Show”, “Palanque do Butler Farm Show” e “Fotos do Butler Farm Show” — Rojek explicou. — E em 10 de julho, ele pesquisou “clima em Butler”.
Na entrevista coletiva, Wells disse que a investigação continuará até que todos os detalhes desse ataque sejam esclarecidos.
— Nosso objetivo ao longo deste processo foi, e continua sendo, transparência, e é por isso que concordamos em compartilhar proativamente novas informações à medida que elas vêm à tona. Também temos cooperado com a força-tarefa bipartidária do Congresso e as revisões independentes em andamento do ataque, e estamos comprometidos em trabalhar em estreita colaboração com cada uma dessas equipes e ser o mais transparentes possível. — disse o representante do FBI.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário