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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Mercedes confirma a demissão de 260 na fábrica de São Bernardo

Quinta, 08 de janeiro de 2015


A Mercedes-Benz confirmou na tarde desta quarta-feira a demissão de 260 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Desse total, 160 foram desligados por iniciativa da empresa e outros 100, por meio do Programa de Demissão Voluntária (PDV) aberto pela montadora no final do ano passado. O número é maior do que as 244 demissões informadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em nota à imprensa, a montadora afirma que utilizou todas as "ferramentas legais e negociáveis de flexibilização" para preservar a sua força de trabalho. Segundo a Mercedes, foram adotados licença remunerada, férias coletivas e individuais, banco de horas individual e coletivo, semanas com quatro dias de trabalho, redução para um turno, PDVs e lay-offs (suspensão temporária dos contratos de trabalho) e interrupção da produção em dezembro. A empresa afirma que prorrogou o lay-off para cerca de 750 colaboradores de São Bernardo do Campo e de 170 da fábrica de Juiz de Fora (MG) até 30 de abril. "Dessa vez, com os custos totalmente assumidos pela empresa", diz. A montadora informa ainda que, apesar do cenário de queda da produção, mantém os investimentos de R$ 730 milhões anunciados para as duas fábricas entre 2015 e 2018, "para assegurar a competitividade da companhia". Em protesto contra as demissões, trabalhadores do turno da manhã da fábrica da Mercedes em São Bernardo resolveram paralisar as atividades por 24 horas. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informa que a paralisação é um "aviso" à diretoria da fábrica e que os funcionários pretendem conversar ainda nesta quarta sobre as demissões. A previsão é que os trabalhadores do turno da tarde também cruzem os braços. As demissões no setor automotivo tiveram início em 2014, com o fechamento da fábrica da GM em São José dos Campos e os 650 desligamentos na Peugeot-Citroen na planta de Porto Real, no Rio de Janeiro. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o emprego na indústria de transporte, onde as montadoras se inserem, recuou 5% entre janeiro e outubro de 2014, que é o dado mais recente apurado pelo Instituto. Com as vendas de veículos em queda, a produção também foi afetada (caiu 15% no acumulado do ano passado até novembro) e as empresas se ajustam para enfrentar um ano difícil. A previsão de crédito mais caro e escasso também é contabilizada na matemática das montadoras.

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