Terça, 14 de Dezembro de 2021
A logomarca da Fundação Palmares tinha o ‘machado de Xangô’ em destaque.
Xangô é uma entidade (Orixá) bastante cultuada pelas religiões afro-brasileiras, considerado Deus da justiça, dos raios, dos trovões e do fogo, além de ser conhecido como protetor dos intelectuais.
De acordo com a lenda, Xangô era o rei de Òyó - região que hoje é a Nigéria - e possuía um caráter autoritário e violento, além de ser extremamente viril, atrevido, vaidoso e justiceiro. Conhecido por praticar uma justiça dura, justa e cega, como uma rocha - que aliás é outro elemento que o representa: a rocha.
O "Machado de Xangô" ou Oxé, é o símbolo principal de Xangô. A arma é um machado de duas lâminas que, quando os seus "filhos" (pessoas que dentro dos cultos da umbanda e candomblé incorporam o espírito de Xangô) estão em transe, carregam com as mãos.
O problema é que apenas 0,3% da população brasileira é praticante das religiões afro – umbanda, camdomblé etc – porque uma fundação como a Palmares que representa mais de 40% da população tem uma logomarca cujo significado faz sentido para menos de 1% desse grupo?
Foi pensando nisso que o presidente da entidade, Sérgio Camargo, alterou a logomarca com símbolos que remetem ao pavilhão nacional estilizado e justificou:
"Negros são cidadãos brasileiros e não escravos que desembarcaram ontem do navio negreiro, nem eternas vítimas amarguradas. A nova logomarca representa a pátria sem divisões e expressa os valores que norteiam a atual gestão da Palmares: Integração, Amplitude e Dignidade."
Camargo deixou a "lacração" em polvorosa.
Confira:
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