martins em pauta

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Houve omissão do Executivo e do Congresso no combate à corrupção, diz Moro

Quarta, 12 de Dezembro de 2018


O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, disse nesta terça-feira (11) que o Executivo e o Legislativo se omitiram no combate à corrupção.

O ex-juiz participou da terceira edição do Seminário Caminhos Contra A Corrupção, em Brasília. O evento é organizado pelo Instituto Não Aceito Corrupção.

Moro afirmou que um retrocesso em relação ao tema é “intolerável” e que “poderosos” não deixarão escapar oportunidades para tirar os avanços da Lava Jato.

“Tivemos grandes avanços, mas centrado nas cortes de Justiça. Mas faltou uma reação institucional do Congresso e do Executivo mais robusta em relação a essa grande corrupção”, disse. “Eu pretendo ser um fator de modificação dessa relativa omissão dos poderes constituídos.”

O futuro ministro defendeu decisões recentes do Supremo Tribunal Federal, que, para ele, ajudaram na luta contra a corrupção —a proibição de doações eleitorais por empresas, a possibilidade de execução da condenação em segunda instância e a restrição do foro privilegiado, por exemplo.

“Não se enganem, a grande corrupção envolve pessoas poderosas, envolve interesses especiais, poder politico e econômico, que percebendo uma chance, de voltar ao status quo da impunidade e da grande corrupção, ou pelo menos para tirar avanços, não se enganem, essas oportunidades não vão ser perdidas”, afirmou.

O ex-juiz aceitou o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), no início de novembro, após uma “longa reflexão”, segundo palavras dele.

Moro tem feito reuniões durante a semana no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), onde está montado o gabinete de transição do governo. A maior parte de suas nomeações já foi anunciada.

Ele voltou a dizer nesta tarde sobre propostas que levará ao Congresso no início do ano que vem, para que sejam aprovadas rapidamente, com o objetivo de “enfrentar a grande corrupção, o crime organizado e o crime violento”.

Entre elas, estão a alteração de regras de prescrição de crimes, a execução imediata da pena em sentenças de tribunais de júri (que julgam crimes contra a vida) e a proibição de progressão de regime para membros de facções criminosas.

O projeto não está fechado e ainda será debatido internamente.

O ex-magistrado falou por cerca de 40 minutos, “sobre passado, presente e futuro, como ele mesmo definiu”.

“Mais assustador do que isso [as cifras milionárias de desvio de dinheiro] foi a naturalização do pagamento da propina, ela como sendo a regra do jogo”, disse, em referência à Lava Jato, operação por ele comandada no Paraná.

Folhapress

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contato : (84) 9 9151-0643

Contato : (84) 9 9151-0643