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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

'Se tivesse acontecido outro ataque?', diz juiz que liberou 160 presos em Roraima

Sexta, 13 de Janeiro de 2017


Foto: Reprodução / O Rondoniense

O juiz da Vara de Execução Penal de Roraima, Marcelo Lima de Oliveira, afirmou que sua decisão de liberar 160 presos do regime semiaberto em caráter de emergência teve como objetivo evitar um novo massacre. O magistrado foi alvo de uma série de críticas após a determinação. "Houve informe da inteligência do Estado dizendo que os presos seriam assassinados na porta da unidade. Não fui eu que tirei da cabeça que lá seria o local do próximo massacre. O que eu podia fazer? Fechar os olhos e ignorar? Se não tivéssemos dado a decisão e no dia seguinte tivesse acontecido outro ataque?", disse à revista Veja. Os presos estavam no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), que abriga de 160 a 200 detentos, a depender do período. Em regime semiaberto, eles chegam às 20h na unidade. Já foram registrados, na unidade, quatro homicídios de detentos, três apenas no último mês de dezembro. "Os presos ficam amontoados do lado de fora da unidade esperando a vez de entrar. O diretor afirmou que não tinha condições de dar segurança por só ter quatro agentes penitenciários, sendo dois sem arma, além de afirmar que a maioria das armas está com balas vencidas. Então qual a segurança que se dá, dentro de um bairro residencial nesse caso? E se uma dessas balas passa direto e atinge uma casa?", questionou o juiz. Com a decisão assinada por Oliveira e pela juíza plantonista Suelen Márcia Silva Alves, os presos devem retornar para o CPP nesta sexta-feira, já que a prisão domiciliar era apenas temporária. "Antes da decisão, os presos podiam trabalhar durante o dia, mas deviam dormir no CPP. São presos que vieram do regime fechado, progrediram, estão com bom comportamento e têm trabalho. Era um sábado à tarde, não havia como requisitar PM e segurança para o presídio. Se mandasse retirar viaturas da rua para cuidar do presídio iam dizer que o juiz estava dando segurança para preso e tirando da sociedade", explicou.

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