Quinta, 23 de maio de 2024
A defesa de Kawara nega a prática de crimes.
Segundo a denúncia, Kawara Welch era paciente do médico e, em 2019, começou a persegui-lo, alegando estar apaixonada por ele. O médico a excluiu de sua lista de pacientes, mas as perseguições não cessaram. Ao resistir ao assédio, o médico e sua família começaram a receber ameaças e ligações incessantes.
O médico e sua esposa registraram 42 boletins de ocorrência por perturbação do sossego, lesão corporal, ameaça e extorsão.
Em entrevista ao Fantástico, o médico relatou que Kawara procurou seu consultório para tratar uma depressão, mas passou a tentar um relacionamento amoroso. Diante da recusa, ela começou a enviar mensagens ameaçadoras, incluindo fotos em que simulava um enforcamento com uma corda no pescoço. Ela também ameaçou enviar suas conversas para a esposa do médico. Em um único dia, Kawara enviou 1.300 mensagens e fez mais de 500 ligações para o celular do médico.
A perseguição de Kawara não se limitou às mensagens e ligações. Ela apareceu em congressos que o médico participava em outras cidades e chegou a segui-lo no trânsito, obrigando-o a dirigir na contramão para escapar.
Em um dos episódios, Kawara invadiu o consultório enquanto o médico atendia uma paciente e agrediu sua esposa. Além disso, a jovem furtou o celular da esposa do médico dentro da clínica, levando a Justiça a expedir um mandado de prisão contra ela. Após ser liberada com medidas cautelares, Kawara não cumpriu as exigências, resultando em um novo mandado de prisão.
A ordem judicial foi cumprida pela Delegacia de Homicídios de Uberlândia, e os celulares de Kawara foram apreendidos para perícia. Ela foi levada para a ala feminina da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga, em Uberlândia.
O stalking é a prática de perseguir uma pessoa de forma sistemática, incluindo comentários invasivos em redes sociais, ligações telefônicas insistentes e seguimento da rotina da pessoa com abordagens inconvenientes. O stalking foi tipificado como crime em março de 2021 e prevê pena de seis meses a dois anos de reclusão, além de multa.
A defesa de Kawara Welch alegou que o médico e sua cliente tiveram um relacionamento e que ela apenas buscava manter a relação, negando os crimes imputados. O advogado do médico afirmou que jamais houve relacionamento entre eles e, mesmo que houvesse, isso não justificaria a conduta da acusada. A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Kawara.
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