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domingo, 2 de janeiro de 2022

Ações de ‘novo cangaço’ miram R$ 160 milhões e têm 46 mortes em 2021

 Domingo, 02 de Janeiro de 2021

Foto: reprodução/Twitter

As quadrilhas especializadas em mega-assaltos a agências bancárias planejaram roubos que miravam um desfalque somado de cerca de R$ 160 milhões em 2021. Mas fracassaram nas principais ações, arrecadando menos de 10% desse valor, segundo levantamento feito pelo UOL com base em dados repassados por fontes ligadas a investigações dos casos.

Especialistas ouvidos pela reportagem citam o monitoramento desses grupos por forças de segurança e o aprimoramento dos sistemas de proteção das instituições financeiras como fatores que impediram rombos maiores. Foram 46 mortes em 2021 — 44 delas foram de suspeitos de integrar essas ações, abatidos em confronto com as forças de segurança.

O ataque em Araçatuba (SP), ocorrido na madrugada de 30 de agosto com o uso de fuzis, drones e explosivos, é apontado como emblemático para ilustrar a frustração de um roubo milionário aos moldes do “novo cangaço”, prática também conhecida como “domínio de cidades” devido à escalada da violência nos últimos meses.

De acordo com fontes ligadas à polícia, o objetivo da quadrilha era levar R$ 90 milhões de uma central de distribuição de cédulas dentro da agência do Banco do Brasil.

Mas o acionamento de um mecanismo de destruição das notas com lâmina e tinta impediu a arrecadação do dinheiro. A estimativa dos investigadores é que o grupo tenha roubado apenas R$ 2 milhões em dinheiro vivo e R$ 5 milhões em joias.

A Polícia Federal já prendeu 32 pessoas por suspeita de participação no crime —15 delas foram detidas em uma ação no dia 16 de dezembro, após mandados expedidos pela 1ª Vara Federal de Araçatuba.

Apontado como um dos chefões do ataque, o ex-militar Ademir Luís Rondon foi incriminado pela ação após a identificação de material genético dele em um veículo responsável pelo armazenamento de armas e explosivos da quadrilha.

Preso pela Polícia Civil em outubro por suspeita de participar de um ataque a um carro-forte em São Carlos (SP), a voz dele foi identificada em áudios captados por interferência de rádio amador na ação de Araçatuba (SP).

As 46 mortes ligadas ao ‘novo cangaço’

  • Varginha (MG) – 26 mortos. A operação policial de 31 de outubro, a mais letal contra o “novo cangaço”, deixou 26 suspeitos mortos em um sítio apontados como do baixo escalão da quadrilha.
  • Nova Bandeirantes (MT) – 9 mortos. Após um roubo aos moldes do “novo cangaço” no dia 4 de junho, nove suspeitos de envolvimento foram mortos em confrontos com a polícia, que recuperou R$ 500 mil do valor roubado.
  • Araçu (GO) – 8 mortos. Um áudio pelo WhatsApp para recrutar comparsas motivou a ação da PM em uma chácara, onde estavam os suspeitos mortos. “Vamos buscar o time completo”, disse um dos suspeitos, que iria procurar comparsas em SP. Ao menos três dos mortos já haviam sido condenados por crimes como assalto a mão armada, extorsão, organização criminosa e receptação.
  • Araçatuba (SP) – 3 mortos. A ação, apontada como a mais violenta do “novo cangaço” nos últimos anos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, também foi a que teve a maior quantidade de explosivos espalhados pelo território.

UOL

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