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domingo, 6 de junho de 2021

E Luana caiu de quatro da borda da terra plana

Domingo, 06 de Junho de 2021

O que fez até agora Luana dentro da ciência? Quais trabalhos científicos publicou? Onde trabalhou, pesquisou e adquiriu todo conhecimento que afirma possuir?

Fiquei curioso. Fui a Internet e pesquisei, primeiramente, pelo currículo de Nise Yamaghui que foi chamada de mentirosa pelos sábios senadores da CPI. Um deles, Otto Alencar, um médico-político-carreirista mequetrefe que mente na CPI afirmando que entende de vírus e como Mandetta, que se apresenta como cientista, mas é Ortopedista, Otto é tão somente um Ortopedista com especialização em prótese do quadril. Basta olhar seu currículo.

Eis o respeitável Currículo de Nise Hitomi Yamaguchi.

Aqui está exposto apenas o resumo, pois o currículo, acredite, tem 24 páginas.

“Dra. Nise Hitomi Yamaguchi, 60 anos, graduou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1982 e completou a Residência em Clínica Médica e Imunologia e Alergia no Hospital das Clínicas da FMUSP em 1988. Durante os seus estudos realizou cursos na Alemanha e Suíça sobre a visão humanística do Paciente e seus familiares, participou de reuniões em Nova York, com cientistas do Memorial Sloan Kettering Câncer Center, onde aprendeu aspectos da Imunologia de Tumores que resultaram na Tese de Mestrado defendida na Disciplina de Imunologia do HCFMUSP em 1993.
Frequentou o MD Anderson Câncer Center em Houston, onde realizou os experimentos nos laboratórios do Professor Xiaochu Xu, sob os auspícios do Dr. Waun Ki Hong e do Dr. Reuben Lotan, e defendeu a tese de Doutorado na Disciplina de Pneumologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em 2002. Tem o título de Médica Cancerologista com área de atuação em Oncologia Clínica pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), tendo sido Diretora Científica da SBC entre 1997-2000, quando participou da idealização e organização dos Centros de Alta Complexidade no Brasil.
Foi Representante do Ministro da Saúde para o Estado de São Paulo entre 2008-2011, participou do International Affairs Committee da American Society of Clinical Oncology e é Cientista Sênior do Instituto de Prevenção e Pesquisa e co-fundadora da World Câncer Alliance sediado em Lyon, onde colabora para melhorar o acesso ao tratamento do câncer em países de baixa e média renda e editou dois livros com o grupo de pesquisadores: State of Oncology 2013 e o Breast Câncer Report 2012.
É Diretora Presidente do Instituto Avanços em Medicina, Diretora Presidente do Instituto Nise Yamaguchi e é médica voluntária do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde estimulou a criação de um ambulatório de cessação de tabagismo em jovens, a criação de um grupo de inovação em novas tecnologias e programas de humanização e de cuidados com o cuidador.
Sua linha de pesquisa é sobre a Medicina Personalizada no Câncer, tendo dado aulas sobre o tema no Curso de Pesquisa Clínica da Harvard Medical School. É médica do Hospital Israelita Albert Einstein, onde participa do desenvolvimento científico e reuniões clínicas, com foco em assistência e educação médica continuada. É diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Mulheres Médicas do Estado de São Paulo e do Brasil.
Organiza congressos nacionais e internacionais, com foco em controle de Tabagismo e Medicina Personalizada e de Precisão. É autora/coautora de 3 livros na área de oncologia.
Foi laureada com inúmeros prêmios. Dentre os mais recentes destacam-se: (1) 2019: Prêmio Latino-Americano - Cidade do México- Reconhecimento como fundadora das Conferências Latino-Americanas sobre Câncer de Pulmão, pelas atividades de Controle do Tabaco e pelo acesso de pacientes com câncer a melhores tratamentos em toda a América Latina. (2) 2019: Prêmio de reconhecimento do Instituto Internacional de Prevenção e Pesquisa - Lyon-França (International Prevention and Research Institute recognition Award – Lyon-France) - julho de 2019 na reunião dos Diretores dos Institutos Nacionais de Câncer devido à Prevenção e Pesquisa, com foco na implementação pública e nas disparidades regionais”.

Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/9835479525983494

Agora compare os currículos.

Eis o de Luana Araújo:

"Luana Araújo se formou em medicina pela UFRJ, em 2006. Em 2009 atuou como médica infectologista no Instituto Nacional Evandro Chagas, da Fiocruz. No ano seguinte, começou a trabalhar para a Prefeitura do Rio de Janeiro. Em 2017, Luana foi escolhida para comandar o Departamento Municipal de Controle de Infecções de Nova Mutum, no Mato Grosso. A infectologista teve sua tese de mestrado aprovada na Universidade de Saúde Pública Johns Hopkins em 2020, ano em que prestou consultoria em saúde para o Banco Mundial. Em 2021, Luana teve uma brevíssima passagem pelo Ministério da Saúde".

E acabou. Não há mais nada. Escarafunchei a Internet de cima, de baixo, de lado e nada de extraordinário encontrei sobre a musa da CPI, a não ser trivialidades.

Depois de toda arrogância, de se vender como “doutora sabe tudo”, desancar médicos, ser paparicada pelos senadores, ser elogiada e apresentada como um luminar da ciência brasileira pelos jornalistas canhotas de O Globo, Folha, Estadão, Luana deve trabalhar em algum famoso Instituto Internacional de Pesquisa Médica. Nada. Trabalha em Nova Mutum, Mato Grosso.

Tudo isso é vergonhoso. É por essas e por outras que nunca tivemos um prêmio Nobel em absolutamente nada. Incentivamos a covardia e a boçalidade. O elogio fácil para aqueles que alardeiam “grandes conhecimentos” sem qualquer prova.

Finalizo com uma informação que pode ser facilmente buscada na Internet:

O prêmio Nobel é distribuído desde 1901 nas áreas de Química, Física, Medicina, Paz e Literatura. Em 1969 foi acrescentado o de Economia.

O Brasil não tem nenhum prêmio Nobel, mas países que consideramos “mais atrasados” que o nosso na América Latina tem Nobel.

Em Literatura - 1945 - Gabriela Mistral do Chile; em 1967 - Miguel Astúrias da Guatemala; em 1971 - Pablo Neruda do Chile; Octávio Paz do México - 1990; Gabriel Garcia Márquez da Colômbia – 1982.

Nobel da Paz - Saavedra Lamas, Argentina, 1936; Garcia Robles, México, 1982; Perez Esquivel, Argentina, 1980; Oscar Arias, Costa Rica, 1987; e Rigoberta Manchu, Guatemala, 1992.

Química - Federico Leloir, 1971, nasceu em Paris, mas se fez profissionalmente na Argentina, e Mario Molina, México, 1996.

Medicina - Cesar Milstein, Argentina, 1984; Alberto Houssay, Argentina, 1947 e o venezuelano, Baruj Beuacerraf em 1980.

Sentiu vergonha de nosso sistema educacional que privilegia o “jeitinho”, “o coitadinho” e não o “mérito” o “valor” que cada um adquire pelo esforço pessoal? Sentiu vergonha de nossos políticos?

Em quase nada contribuímos para a evolução da humanidade. Nosso aporte para melhorar a vida do mundo é quase nulo.

E ainda brincamos de detetives-cientistas numa CPI que busca culpados de mortes causados por um vírus desconhecido numa pandemia global.

É de lascar!


Fonte: Jornal da Cidade Online

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