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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Governo eleva previsão de crescimento do PIB de 2019 para 0,9%; expectativa para a inflação do ano cai de 3,62% para 3,26%

Sexta, 08 de Novembro de 2019


Foto: Arquivo

O Ministério da Economia elevou sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2019. Segundo o governo, o PIB deve avançar 0,9% este ano.

Na avaliação anterior, divulgada em setembro, a expectativa era de um crescimento de 0,85%. O dado foi divulgado nesta quinta-feira e consta no Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica da pasta, o último do ano.

Em seu boletim de outubro, o Fundo Monetário Internacional ( FMI ) melhorou a projeção do PIB brasileiro para 0,9% este ano, mas previu uma expansão menor em 2020.

Esta é a segunda vez que o ministério da Economia eleva a previsão de crescimento do PIB, depois de quatro cortes consecutivos nas estimativas. O orçamento de 2019 foi elaborado sob a previsão de que a economia cresceria 2,5% este ano.

Em março, o número caiu para 2,2%, em maio para 1,6%, em julho, para 0,81%, até que, em setembro, o governo elevou a projeção para 0,85%.

As projeções são semelhantes às do Boletim Focus, do Banco Central, que semanalmente ouve economistas para avaliar as expectativas do mercado financeiro para o cenário econômico brasileiro. De acordo com o último relatório, divulgado na segunda-feira, o PIB do ano deve crescer 0,92%.

Na terça-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central BC apontou crescimento do PIB no terceiro trimestre , indicando que deve haver aceleração nos próximos meses.

A expectativa do governo para o PIB de 2020 também avançou. Há dois meses, o crescimento esperado estava em 2,17%. Agora, a projeção é de 2,32%.

Expansão do crédito e criação de empregos

Na avaliação do Ministério da Economia, a melhoria das projeções se deve, entre outros fatores, à expansão do crédito e ao aumento da criação de empregos formais , bem como à trajetória de redução dos juros da economia.

Ainda segundo a pasta, os sinais de recuperação têm conexão direta com a percepção de continuidade do ajuste das contas públicas pelo mercado.

O destaque foi para os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que registrou a criação de mais de 157 mil vagas formais em setembro. Na seara do crédito, o governo deu ênfase ao crescimento do crédito livre, isto é, das linhas em que as condições são negociadas entre as partes, e não obedecem à nenhuma diretriz do governo.

Também em setembro, o saldo das operações de crédito no país cresceu 5,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Decompondo o número, o saldo das operações no crédito livre avançou 13,1%, enquanto o crédito direcionado pelo governo recuou 2,4%.

Liberação de recursos do FGTS

Segundo o subsecretário de Política Macroeconômica, Vladimir Kuhl Teles, o aquecimento do setor de construção civil, sobretudo no estado de São Paulo, e o salto do setor de serviços, diretamente impactado pela liberação dos recursos do FGTS , têm peso importante na melhoria das projeções.

– Isso indica que expectativa das pessoas, ao demandarem pela compra de imóveis, é de não perder emprego. E o setor de serviços vem crescendo substancialmente tanto pelo impacto do FGTS quanto pela redução da inflação. A inflação baixa também vem estimulando o comércio varejista, principalmente o setor de supermercados – disse.

De acordo com o secretário de Política Econômica da pasta, Adolfo Sachsida, embora a retomada do crescimento econômico possa parecer lenta diante da redução dos investimentos públicos, ela é mais dinâmica na seara privada – o que permite, segundo ele, um crescimento econômico sustentável, e não um “voo de galinha”.

– O mix de crescimento foi alterado. Hoje, é o setor privado que puxa o crescimento. Você abandonou um sistema onde o governo escolhia setores, escolhia os campeões, e puxava o crescimento. O crescimento agora vai para onde ele é mais eficiente. Em outras palavras isso é crescimento de longo prazo, não é voo de galinha.

Cálculos do governo mostram que, no segundo trimestre deste ano, a demanda do setor privado teve mais peso no PIB do que a demanda do setor público. Sob a ótica do crescimento interanual, o PIB privado cresceu 1,69%, e o público recuou 1,56%.

Sachsida minimizou, no entanto, o resultado abaixo do esperado no leilão da cessão onerosa, ocorrido nesta quarta-feira, ao ser questionado sobre a expectativa do mercado privado, sobretudo o internacional, em relação à economia brasileira.

– Há indício claro de confiança do setor privado (no Brasil). Antes de dizer que é o setor privado que não quer vir (para o país), tem que olhar se o desenho do leilão foi adequado – disse.

Inflação revisada

Ainda de acordo com as previsões do governo, a inflação será menor em 2019. A projeção, que estava em 3,62%, agora é de 3,26%, principalmente por conta da descompressão dos preços dos alimentos.

O número permanece dentro do intervalo de tolerância para a inflação, entre 2,75% e 5,75%, mas fica abaixo da meta central fixada pelo governo para 2019, que é de 4,25%.

O Globo

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