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quarta-feira, 17 de julho de 2019

Como a esquerda quer controlar até o seu pensamento por meio da linguagem

Quarta, 17 de Julho de 2019



Não importa o que Bolsonaro faça ou pense: tudo é tratado como inaceitável por grande parte da mídia e uma pequena parte da população. Muita gente ainda não superou o ressentimento da derrota nas urnas e agora se expõe ao ridículo, com afirmações sem nenhum senso de proporções.

É como ocorreu, por exemplo, após a aprovação da reforma da previdência em primeiro turno, com descabidas equiparações da liberação de emendas feita por Bolsonaro à compra de votos feita pelo Mensalão petista.


É óbvio que emendas são uma ferramenta de negociação política, mas são lícitas e previstas no orçamento. Não foram inventadas para aprovar a reforma, nem vão gerar pixuleco. Só a hora da liberação foi estratégica, já que seria feita mais cedo ou mais tarde. Equiparar isso a uma operação ilícita é sinal de desonestidade ou de intelecto prejudicado, que não consegue conceber outra hipótese além da que deseja confirmar.

Os mais ridículos são os que apontam o dedo para uma operação lícita, mas apoiam políticos do Mensalão. É o cúmulo da sem-vergonhice. Já os isentões parecem menos conscientes, pois nunca entraram no site do PT para ver que concordam com quase tudo que diz o partido aliado de grupos de narcotráfico como as FARC e ditadores de diversos países. Se acham moderados!

A maioria dessas pessoas não entende que críticas ao governo Bolsonaro não são problema. O problema é a falta de senso de proporções que as expõe ao ridículo. Ou alguém vê sentido em tratar como culpados indivíduos que nem sequer são investigados e como inocentes indivíduos condenados?

Qual é o sentido de dizer que Lula foi condenado sem provas e chamar Moro de corrupto sem prova? Qual é o sentido de tratar Bolsonaro como racista e homofóbico e achar legal Ciro Gomes chamar de "capitão do mato e nazista" um jovem negro e gay? Qual é o sentido de chamar Bolsonaro de cachorrinho do Trump e achar legal as viagens da Dilma à Rússia? Qual é o sentido de chamar Bolsonaro de entreguista e achar normal a cooperação inter-partidária entre o PT e o Partido Comunista russo ou o apoio do Partido Comunista chinês a Ciro? Os exemplos de incoerência são abundantes! Os neurônios saudáveis, nem tanto.

Então, quando alguns autores de criticas descabidas se tornam alvo de chacota ou refutação, dizem que estão sendo "atacados", o que confirma a falta de senso de proporções. Agem como se tivessem a integridade física ameaçada, quando apenas seus frágeis argumentos de estimação estão sendo desmontados.

Essa falta de senso de proporções é uma consequência da linguagem politicamente correta, que prejudica radicalmente a Inteligência ao alterar a linguagem de forma arbitrária. Explico. Pensamos através de símbolos. A gramática é a arte de criar e combinar símbolos. Quando o significado dos símbolos (palavras) é alterado por engenheiros sociais que desejam transformar a sociedade, a conclusão correta dos raciocínios se torna inviável. Ou seja, a transformação que acontece é confusão na medida em que impede a comunicação. Não adianta nem mesmo ter raciocínio lógico se os termos não são definidos. Como essa linguagem politicamente correta predomina nos círculos mais altos da educação, mídia e cultura, as pessoas com maior nível de estudo são as mais afetadas se não tiverem consciência desse processo. Quanto mais absorvem essa linguagem artificial, mais incapazes intelectualmente se tornam. Até quem não era analfabeto funcional acaba se tornando.

O resultado é o que vemos frequentemente em discussões: pessoas afirmam o exato oposto do que querem afirmar, mas não percebem. Depois se sentem incompreendidas, atribuem ao interlocutor a responsabilidade dessa incompreensão, e recorrem a mais rótulos da prateleira esquerdista para chamá-lo de extremista de ultradireita, radical, cego, entre outros. Não percebem que estão cegos e radicais.

Independentemente da ideologia de sua preferência, livre-se do politicamente correto. Abomine essa linguagem. Pois, se explicar a realidade com uma linguagem consistente e madura já é difícil, com uma linguagem artificial é impossível.

Herbert Passos Neto

Jornalista. Analista e ativista político.

Fonte: Jornal da Cidade Online

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