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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Ex-advogado da Odebrecht diz ter provas de que negociou delação com amigo de Moro

Quinta, 30 de Novembro de 2017 

Foto: Reprodução / Fórum

O ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán, mostra no livro 'Testemunho - O que sei sobre Odebrecht e a Operação Lava Jato' uma prova de que negociou acordo de delação premiada com o amigo do juiz Sergio Moro, o advogado Carlos Zucolotto Jr - padrinho de casamento do magistrado. De acordo com a Carta Capital, Zucoloto conseguiu reduzir de R$ 15 milhões para R$ 5 milhões a multa que a força-tarefa da Operação Lava Jato queria de Durán em troca de uma delação. A redução teria sido costurada à base de dinheiro, R$ 5 milhões. Uma das provas que Durán diz ter, e consta no livro, é uma conversa tida por eles através do aplicativo para celular Wicker, que destrói mensagens assim que elas são lidas. Ele fotografou a conversa e a submeteu a uma perícia. No diálogo, ambos conversam sobre uma estratégia de defesa, na qual Zucolotto diz ter um contato que consegue entrar na negociação da pena e promete insistir para que ele converta a prisão para domiciliar, além de reduzir a multa. Em troca, Durán pagaria um terço dos honorários por fora, para que o advogado possa "cuidar das pessoas que ajudaram". Outra prova em posse de Durán seria um e-mail enviado à defesapor três procuradores da força-tarefa - Carlos Fernando dos Santos Lima, Roberson Pozzobon e Julio Noronha - com a minuta do acordo de delação, na qual há pista sobre os R$ 5 milhões que seriam usados para azeitar oa cordo. A multa de R$ 15 milhões seria paga com dinheiro de uma conta sem fundos. A multa ficaria automaticamente reduzida a R$ 5 milhões. Durán diz ainda que a delação da Odebrecht seria praticamente uma fraude, construída dessa forma, com a cumplicidade da força-tarefa de Curitiba. Segundo ele, a empreiteira revelou apenas uma das contas usadas para pagar "por fora" João Santana e Mônica Moura, a Shellbill, porque eles recebiam também pelas contas Deltora Enterprise Group, Zeal e Nicolas Sawne Barake. De acordo com a Carta Capital, outra informação pela metade seria o sistema eletrônico usado para pagamento de propinas. A Odebrecht citou apenas o Drousys, mas preservou da força-tarefa o sistema My Web Day, com informações até do suborno a juízes. Durán é acusado de particiapr de esquemas de lavagem de dinheiro e pagamento de propina. Sua prisão ocorreu em novembro de 2016, na 36ªfase da Lava Jato. Comot em cidadania espanhola, já estava na Europa e foi capturado pela Interpol. Ele saiu em janeiro deste ano e em julho conseguiu que a Justiça da Espanha negasse sua extradição. Tacla Durán será ouvido na CPI da JBS nesta quinta-feira (30).

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