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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Paralisação que ocorrerá sexta pode culminar em outras greves setoriais, avalia historiador

Quinta, 27 de Abril de 2017 

por Júlia Vigné
Foto: Fernando Duarte / Bahia Notícias

A paralisação geral que está marcada para esta sexta-feira (28) poderá gerar diversas manifestações específicas das categorias, acredita o professor e historiador político Carlos Zacarias. De acordo com Zacarias, os “trabalhadores estão contaminados por um sentimento de que é necessário fazer alguma coisa” e isso abre perspectivas para que outras mobilizações sejam realizadas. A baixa popularidade do governo faz com que o Palácio do Planalto fique na defensiva e os trabalhadores passem a ficar na ofensiva, na avaliação de Zacarias. O historiador afirmou que poucas greves gerais foram realizadas no país: quatro na década de 80 e duas na década de 90. “As greves de 90 foram contra o arroxo salarial. Essa greve veio no sentido de recuperar os salários”, lembra. Para ele, os resultados das greves gerais e das manifestações setoriais são diferentes. As greves gerais têm “caráter político diferente”, reunindo pautas de diversas categorias. As greves setoriais, de grupos específicos, possuem pautas diferentes, que podem ser contabilizadas. “As greves foram exitosas porque os trabalhadores conseguiram politicamente representar a insatisfação que tinham com o momento do país”, afirmou Zacarias. Ele explica que a paralisação da próxima sexta surge após uma derrota do governo passado – o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff – e da insatisfação da população com o governo Temer. “Temer está impondo aos trabalhadores sucessivas derrotas, como a aprovação da terceirização, a urgência na reforma trabalhista e as mudanças na Previdência. O governo é o mais impopular da história do país desde os governos militares e apresenta uma agenda contrária a dos trabalhadores”, afirmou o historiador. Ainda de acordo com Zacarias, a saída necessária é a convocação de eleições gerais, com base em novas regras, e ter um próximo governo com maior legitimidade.

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